Ao assinar um contrato de financiamento, a maioria dos consumidores atenta pouco para quanto pagará em encargos e como funcionará a quitação do saldo devedor. No entanto, existem diferentes opções de amortização. Recentemente, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) divulgou material informativo sobre os mais comuns: o sistema de prestações fixas, ou tabela Price, e o Sistema de Amortização Contínua (SAC), no qual o valor das parcelas cai com o passar do tempo.
A advogada Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste, explica que a legislação não obriga bancos ou corretores de imóveis a oferecerem mais de uma tabela para que o consumidor escolha.
No entanto, o comprador pode dar preferência à instituição que tenha a opção que achar melhor. Na avaliação dela, o SAC é o melhor modelo para financiamentos imobiliários. A advogada diz, entretanto, que o mais importante é o comprador se informar sobre como funciona cada sistema.
“O que a Proteste entende é que as pessoas não têm a compreensão de como funciona a amortização do saldo devedor”, comenta. Ela recomenda que o consumidor também peça informações sobre o custo efetivo total do financiamento, que engloba o número de parcelas, os encargos e o valor real do bem. “Só assim ele poderá fazer o cálculo se [a compra] vale a pena. De repente não vale. É melhor esperar e juntar mais dinheiro”, declara.
O economista Gilberto Braga, professor de finanças das Faculdades Ibmec no Rio de Janeiro, acredita que cada sistema de amortização é vantajoso em situações diferentes. Ele concorda com a avaliação da Proteste de que o SAC é melhor para financiamentos imobiliários porque, geralmente, essas são operações de prazo mais longo.