Segundo o IBOPE, 8% da população brasileira se declara vegetariana – ou seja, são quase 16 milhões de pessoas que não comem carne no país. Mas ainda muitas incertezas cercam o vegetarianismo e muitos interessados têm dúvidas sobre essa opção de dieta e o seu reflexo na saúde. Confira abaixo algumas das principais questões respondidas por especialistas, que estarão presentes no Vegfest – IV Congresso Vegetariano Brasileiro, que acontece em Curitiba, de 25 a 29 de setembro.
Um exemplo é o mito que vegetarianos têm falta de cálcio. Como a população, de forma geral, tem no leite a principal fonte desse nutriente, ao retirar os laticínios da dieta, é fundamental manter na dieta as fontes vegetais mais ricas em cálcio. “Essa busca por cálcio em alimentos diferentes dos laticínios é comum, já que há uma quantidade considerável de indivíduos intolerantes à lactose no Brasil. Além disso, há no comércio opções de leites vegetais enriquecidos com este nutriente”, explica Dr. Eric Slywitch, médico especialista em nutrologia.
Do ponto de vista nutricional, não é possível substituir a carne na dieta. Mito. Os nutrientes presentes na carne são encontrados em vários alimentos de origem vegetal. “Mas é o grupo das leguminosas (feijões, lentilhas, ervilha, grão-de-bico, fava, soja e derivados) que vai fornecer os nutrientes principais, como proteínas, ferro e zinco”, explica a nutricionista Ana Ceregatti.
Os estudos populacionais mostram que os vegetarianos tendem a ser menos gordos do que os onívoros. No entanto, isso não significa que o vegetariano não possa ficar obeso. Mas o consumo de alimentos vegetais é um fator facilitador para o controle de peso e o vegetariano, fazendo boas escolhas, terá mais facilidade para mante-se em dia com a balança em comparação com o onívoro.
“Os alimentos de origem vegetal, na sua grande maioria, são mais volumosos e com menos calorias. Isso, por si só, auxilia muito na manutenção do peso. Mas o tipo de preparo também influencia a ingestão calórica e de gordura”, explica Dr. Eric Slywitch. Por isso, as recomendações são as já conhecidas: reduzir consumo de doces, evitar alimentos gordurosos ou fritos e priorizar o consumo de alimentos integrais.
O vegetarianismo diz respeito à alimentação e, essencialmente, o vegetariano é quem não come carne e nenhum alimento de origem animal (incluindo ovos e leite). “Como há um número significativo de indivíduos que decidiram não comer carne, mas ainda consomem ovos e laticínios, convencionou-se chamar de vegetariano estrito quem não come nada de origem animal, sendo que os demais são categorizados por sua dieta: ovolactovegetariano, ovovegetariano ou lactovegetariano”, explica Ricardo Laurino, coordenador da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) – Grupo Curitiba. Já os veganos são aqueles que também optam por não utilizar nada que contenha componentes de origem animal ou que tenha sido testado em animais: roupas, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, entre outros.