O câncer representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes brasileiros de 1 a 19 anos, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). “Nos países desenvolvidos e nos serviços especializados de grandes centros brasileiros, a taxa de cura do câncer nessa faixa etária supera os 70%”, afirma a oncologista pediátrica, Edna Kakitani Carbone. A médica atribui o alto índice ao diagnóstico precoce da doença, que permite maior taxa de sucesso ao tratamento.
“Não se deve ter medo de pensar em diagnóstico de câncer na criança, por que quanto mais precoce ele for detectado, melhor a chance de cura”, aconselha a oncologista. Em regiões mais pobres do Brasil, os registros hospitalares do câncer associam índices de cura inferiores às dificuldades para diagnosticar a doença.
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Estima-se que em 2017 ocorrerão cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil. As regiões Sudeste e Nordeste apresentarão os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas regiões Sul (1.320), Centro-Oeste (1.270) e Norte (1.210).
No mundo, o câncer é a segunda doença que mais mata precedida apenas pelas cardiovasculares, considerando-se todas as idades. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer chegará, em 2030, a vitimar 12 milhões de pessoas.
Os tipos mais frequentes de câncer na infância e na adolescência são as leucemias (principalmente a leucemia linfoblástica aguda), seguidas de tumores do sistema nervoso central (cérebro), linfomas (dos tecidos linfáticos) e neuroblastomas. Nos dois últimos a localização mais comum é no abdome. “Não se deve ter medo de pensar em diagnóstico de câncer na criança, por que quanto mais precoce ele for detectado, melhor a chance de cura”, aconselha a oncologista.
O processo de desenvolvimento de um câncer, chamado carcinogênese, é multifatorial e sofre interferências de vários fatores, como riscos ambientais, características genéticas e susceptibilidade individual dos pacientes. O diretor médico da Unimed Laboratório, Mauro Scharf, explica que sinais e sintomas iniciais dependem da localização do tumor. “Exames laboratoriais para diagnóstico do câncer infantil só devem ser gerados após detalhada avaliação médica e contribuem de forma importante com o diagnóstico e com o direcionamento do tratamento”.