Campanha política é sempre igual! Essa é uma afirmação comum em período eleitoral. Em certa medida, os eleitores têm razão. Ainda há muitos candidatos aos cargos públicos que não se atentam às questões de sustentabilidade, meio ambiente e às novas tecnologias. Espalham papéis pelas ruas, poluem, entopem bueiros e causam até alagamentos tamanha poluição gerada. Por outro lado, outros poucos que pleiteiam aos cargos públicos apresentam soluções modernas para realizar uma das mais antigas profissões.
Em busca de opções sustentáveis e ambientalmente adequadas para campanhas eleitorais, o candidato a Deputado Federal pelo Paraná (atualmente vereador de Curitiba), Professor Euler (MDB) surpreendeu com uma ideia. Para as eleições de 2022, apresentou uma inovação ambiental e social considerada inédita. Criou a campanha eleitoral com Logística Reversa. A ideia é retirar de circulação mais papel e plástico do que a própria campanha dele vai produzir e utilizar. Será a primeira e única campanha com geração negativa de lixo.
“A quantidade de lixo das campanhas eleitorais sempre me incomodou muito. Além do impacto ambiental, o exemplo para as novas gerações é péssimo. Eu quero que a minha ideia de retirar das ruas mais lixo do que a minha própria campanha vai gerar seja copiada por outros candidatos nesta e nas próximas eleições” apontou Professor Euler.
Para potencializar os resultados, Euler contratou alguns recicladores que rodam durante o dia por Curitiba, os chamados carrinheiros. Eles trabalharão como seus cabos eleitorais, enquanto continuam recolhendo o lixo das ruas da cidade. Para divulgar a campanha do candidato e expor em seus carrinhos uma placa com propaganda dele, cada reciclador será remunerado com R$ 1.515. Um detalhe criativo: 1515 é o número de urna do professor. “Esta também foi uma forma que encontrei de valorizar o trabalho dos recicladores e gerar mais renda para alguns deles”, ressaltou o candidato.
Em eleições anteriores, Professor Euler já havia lançado o santinho semente, um folheto de propaganda política para não se jogar fora. Depois de amassado, molhado e plantado, dava origem a um pé de manjericão.
O acúmulo de lixo pelas ruas em período eleitoral é histórico. Segundo a secretaria do Meio Ambiente, em 2016 foram retirados quatro toneladas de papéis espalhados por Curitiba. Em 2014, seis toneladas. Se considerado todo o país, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o total de lixo eleitoral jogado nas vias públicas seria suficiente para produzir 40 milhões de livros escolares com 50 páginas cada um.