O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu ontem pelo júri popular no julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. Dos cinco desembargadores que compõem o órgão julgador, três já deram parecer favorável para levar o caso ao júri. Esta é a segunda vez que o TJ-PR decide se a questão deve ou não ir ao Tribunal do Júri. Na primeira vez, em junho de 2011, a decisão foi a mesma. No entanto, deliberação do Superior Tribunal de Justiça, com base em argumentos apresentados pela defesa do ex-deputado – que alegou problemas técnicos ocorridos durante o andamento do processo.
O ex-deputado é acusado de matar dois jovens em um acidente de trânsito em maio de 2009, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Por meio desta medida, ele deve responder por homicídio de dolo eventual (quando se assume o risco de matar), e não por homicídio culposo (quando não há intenção) pela Vara de Trânsito Comum. Para Christiane Yared, mãe de um dos jovens mortos na ocasião, a decisão da Justiça representa uma vitória. “Eu só tenho a agradecer a Deus pelo dia de hoje. É essa a Justiça que meu pai, que era desembargador, me ensinou a amar. Esse é apenas o começo de um longo caminho que nós ainda temos pela frente”, disse ela após o julgamento desta quinta.
Durante a sessão, também foi decidido que o teste de alcoolemia do ex-deputado não terá validade. O exame foi realizado sem consentimento do acusado, enquanto ele estava inconsciente no Hospital Evangélico. Com a decisão pelo júri popular, em caso de condenação, as penas variam entre 12 e 30 anos em regime fechado.
O acidente
Carli Filho é acusado de matar Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida em um acidente de trânsito em maio de 2009. Segundo a acusação, ele dirigia embriagado e a 173 km/hora. Na ocasião, o Detran informou que o ex-deputado tinha 130 pontos em sua CNH por infrações de trânsito.