As chuvas têm prejudicado as operações no Porto de Paranaguá, principalmente as exportações de granéis. Desde o início de janeiro, foram registrados 27 dias, 6 horas e 24 minutos de paralisações em função do mau tempo.
De acordo com o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino, caso o tempo tivesse contribuído, o Corredor de Exportação poderia ter escoado, no mês de março, o dobro do volume que foi embarcado até agora. “Além da chuva que tem nos prejudicado, ainda temos a complicação de estar trabalhando simultaneamente com dois produtos. O milho ainda está sendo escoado, concorrendo com o escoamento da soja”, disse. Nos meses de janeiro e fevereiro foram exportadas pelo Corredor de Exportação 2 milhões de toneladas de grãos, sendo 942 mil toneladas de milho, 512 mil toneladas de soja, 543 mil toneladas de farelo de soja e 31 mil toneladas de trigo. O volume é praticamente igual ao exportado no mesmo período do ano passado, com destaque para as exportações de milho, que tiveram alta de 288%.
FILA DE CAMINHÕES
Paralelamente a Administração dos Portos do Paraná tem monitorado com rigor a emissão das senhas para os caminhões por meio do sistema Carga on Line. O embarque atrasado por conta da chuva interfere também na descarga dos caminhões. Os armazéns cada vez mais cheios têm sua capacidade de estocagem diminuída.
“Estamos controlando a distribuição de senhas para evitar que a chuva também traga problemas de fila nas estradas. Até agora, temos conseguido. O nosso objetivo é melhorar a logística e as condições de atendimento dos caminhoneiros que não podem ser simplesmente largados nos acostamentos das estradas”, explicou Dividino.
“Mas pela programação de navios, vemos que estão nomeadas poucas embarcações para receber o milho e, dentro de poucos dias, poderemos dar vazão à soja”, explicou o superintendente.
De acordo com o Simepar, as chuvas que têm atingido o litoral do Paraná nos últimos dias são causadas pela circulação marítima. No entanto, os volumes pluviométricos registrados estão dentro da média histórica. Os meteorologistas do Instituto explicam que a característica do outono é o tempo instável e as chuvas serão frequentes, ora ocasionadas por movimentações marítimas, ora por eventuais frentes frias.