Cólica menstrual não é “mimimi”, diz ginecologista

A campanha publicitária que tem a cantora Preta Gil como garota-propaganda, causou polêmica ao sugerir que o produto pode acabar com o “mimimi” das cólicas menstruais. Muitas pessoas criticaram o suposto menosprezo do vídeo “#SemMiMiMi” ao incômodo feminino, já que a expressão indica “frescura” ou “reclamar de algo sem importância”. O ginecologista e obstetra Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Mãe, também não concorda com a comparação. “Cólica menstrual é algo de grande importância. Muitas mulheres ficam caladas porque acham que faz parte da vida normal e é um baita erro. Gera desconforto e prejuízo, e precisa ser tratada”, disse.
A dor pélvica relacionada ao período menstrual leva o nome de dismenorreia e estima-se que metade das mulheres a tem. “Dependendo do momento da vida, a mulher pode ter ou não. Se for levar em conta toda a vida de uma mulher, esse número será maior”, disse Massaguer.
Quando o problema é primário, não está relacionado a uma doença e é causado pelo aumento da produção de prostaglandinas pelo útero, o que provoca contrações uterinas excessivas e fecha alguns vasos, sendo que a falta de irrigação no tecido gera dor. A secundária está ligada a patologias – como endometriose, mioma, pólipo, infecção e alguma alteração anatômica – e, quando se trata a causa, a grande maioria melhora.
Na primária, recomenda-se controlar o peso e fazer exercício físico, que libera endorfina e, assim, ajuda a lidar melhor com a dor. Usar bolsa de água quente e apostar em alimentos que beneficiam o intestino (frutas, legumes, verduras, água) também é válido. “Quando o intestino funciona melhor, ajuda a diminuir a dor e os sintomas pré-menstruais e menstruais, como inchaço”, explicou o ginecologista. O ginecologista Massaguer faz questão de tranquilizar quem lança mão de remédios específicos para aliviar a dor e tem receio de se viciar ou causar danos ao organismo. “Os remédios para cólica não geram nenhum tipo de vício, abuso ou dano. Com certeza, o dano da dor propriamente dita é pior que um potencial dano desses remédios”, afirmou. “O mais importante entender é que quebrar o início da dor é muito mais fácil do que quebrar a dor instalada. O tratamento mais eficaz ocorre no início da dor, não se deve esperar que fique forte para se medicar”, finalizou.

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