A comissão de análise da tarifa do transporte coletivo entrou, nesta quinta-feira (25), numa nova etapa de trabalho: a de discussão e elaboração de sugestões para o estabelecimento de um novo modelo tarifário. Vencida a fase inicial, de apresentação de dados, cálculos, procedimentos, contratos, editais, planilhas e números do transporte coletivo, que ocupou as primeiras semanas de trabalho, os membros da comissão começam agora a apresentar sugestões para discussão e aprovação pelo grupo. As apresentações foram feitas tanto pela Urbs quanto pelos sindicatos dos motoristas e cobradores (Sindimoc) e das empresas de ônibus (Setransp).
A comissão sugere, por exemplo, a avaliação dos porcentuais de anuênio e de reajustes da cesta básica acima da inflação oficial que incidem sobre a tarifa. Nos dois últimos anos, por exemplo, a cesta básica de motoristas e cobradores foi reajustada em 184% quando o INPC no período, não chegou a 12%.
Também foi sugerida a avaliação de incluir numa mesma rubrica o plano de saúde e o item Fundo Assistencial que são transferidos para os sindicatos dos trabalhadores das empresas de transporte coletivo. O Fundo Assistencial representa quase 0,05% da tarifa e é repassado ao Sindicato de Motoristas e Cobradores (Sindimoc) e dos funcionários das demais áreas das empresas (Sindeesmat). No caso do plano de saúde, são R$ 44,00 por mês por funcionário e o Fundo Assistencial são cerca de R$ 400 mil repassados diretamente aos sindicatos. Nos dois casos os recursos são gerenciados pelos sindicatos.
Representantes do Sindimoc presentes à reunião informaram que são feitos em torno de 8 mil atendimentos de saúde por mês, uma vez que o benefício inclui dependentes dos motoristas e cobradores.
O custo das novas tecnologias também fez parte das discussões da reunião desta quinta-feira. O foco foram os custos para implantação do Hibribus, ônibus movido a eletricidade e combustível que entrou na frota em setembro do ano passado, provocando aumento da tarifa técnica.
Levando em conta a importância das novas tecnologias na melhoria do sistema e a dificuldade de ter parâmetros de avaliação quando se investe em algo novo, a comissão vai sugerir que custos desta natureza deixem de ser pagos via tarifa do transporte, buscando-se outras fontes de financiamento.
A comissão da tarifa voltará a se reunir na próxima quinta-feira, dia 2 de maio, das 9h às 12 horas no auditório da Urbs. Da comissão fazem parte representantes da Promotoria de Justiça da Defesa do Consumidor; Câmara de Vereadores; Dieese; Instituto de Engenharia do Paraná; e secretarias municipais de Planejamento e de Trânsito, além da Urbs.
Também estão convidados e participam das reuniões representantes do Fórum Popular pela Mobilidade, que reúne 23 entidades; os sindicatos de motoristas e cobradores (Sindimoc) e empresas operadoras (Setransp), além da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedu) e Coordenação da Região Metropolitana (Comec).