Quem acompanha as novelas de Manoel Carlos sabe que o autor gosta de abordar temas polêmicos. Depois da inesquecível cena de Camila (Carolina Dieckmann), em Laços de Família, raspando a cabeça ao lidar com a leucemia, e de Luciana (Alinne Moraes), de Viver a Vida, ficar tetraplégica após um acidente, é a vez de Cadu (Reynaldo Gianecchini), de Em Família, ter uma grave doença na trama das nove. O personagem, que já tem sentido falta de ar, vai descobrir um edema no tornozelo. O diagnóstico será dado por Silvia (Bianca Rinaldi): cardiomiopatia dilatada.
A doença atinge o músculo do coração e pode levar à perda progressiva da capacidade física e até a morte. A cardiomiopatia dilatada é uma doença do músculo do coração, afetando principalmente a sua câmara de bombeamento principal, o ventrículo esquerdo. Ele se torna dilatado e apresenta diminuição da força para bombear sangue para o corpo. “Pode haver envolvimento dos dois ventrículos, direito e esquerdo”, acrescentou a cardiologista Luciana.
A doença causa sintomas de intensidade variada, podendo ser até assintomática, segundo a cardiologista Luciana. Entre os indícios comuns está a falta de ar ao fazer esforço ou até em repouso, dependendo do grau de comprometimento. “Pode ainda causar palpitações, fraqueza, tontura, inchaço, desmaios e até a morte”, acrescentou o cardiologista Castello.
A causa da cardiomiopatia dilatada muitas vezes não é conhecida, e por isso também pode ser chamada de cardiomiopatia dilatada idiopática. A forma familiar ocorre em 20% a 30% dos casos, sugerindo que tenha características genéticas, segundo a cardiologista Luciana. Pode ser secundária a hipertensão, diabetes, disfunção valvular, alterações hormonais, infecção (vírus, bactéria ou protozoário), uso abusivo de álcool, após infarto e/ou obstruções arteriais por aterosclerose, como acrescentou o cardiologista Castello.
Devido à grande variedade de causas, a cardiomiopatia dilatada pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo bebês e crianças. Ainda assim o cardiologista Castello afirma que é mais prevalente após os 40 anos.