
O Paraná superou Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro e passou a ocupar a terceira colocação no valor agregado da indústria de transformação do País. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana. A pesquisa mede quanto a indústria de transformação agrega de valor à matéria-prima empregada na fabricação dos produtos. Em 2013, o Paraná alcançou uma participação recorde de 8,4% no valor da indústria de transformação do País, atrás apenas de São Paulo (39,1%) e Minas Gerais (9,4%). A indústria da transformação do Estado somou R$ 77,5 bilhões dos R$ 923 bilhões gerados pelo Brasil.
“Estamos colhendo os resultados esperados com a política de desenvolvimento econômico adotada a partir de 2011”, afirma o governador Beto Richa. “Vivemos o maior cilco de expansão industrial da história do Paraná, graças ao diálogo com o setor produtivo, ao ambiente de segurança jurídica criado no esdtado e ao programa de incentivo fiscal, além dos investimentos em infraestrutura”, diz Richa. ADENSAMENTO – Essa é a segunda vez que o Paraná atinge a terceira colocação – a primeira foi em 2011. “O Paraná viveu um adensamento industrial nos últimos quatro anos que fortaleceu a indústria de transformação no Estado. Comparativamente, recebeu muito mais investimento desse setor do que estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro”, diz Julio Takeshi Suzuki Junior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
De acordo com ele, o ganho de participação reflete a qualidade do setor industrial do Paraná. “O Estado é a quinta maior economia do País, mas em termos de indústria, ocupa o terceiro lugar, o que exemplifica como a nossa indústria é competitiva”, afirma.
Uma combinação de fatores impulsionou a indústria do Estado, na avaliação de Roberto Zürcher, analista do departamento econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A qualificação da mão de obra, a localização estratégica – perto de dois centros consumidores importantes da América do Sul (São Paulo e Buenos Aires) – e a eficiência do Porto de Paranaguá na movimentação de cargas colocaram o Estado em posição de vantagem em relação aos demais. “Ao mesmo tempo, o governo estadual estimulou o investimento por meio do Paraná Competitivo, da redução de ICMS para a compra de insumos industriais e na diminuição da alíquota geral do imposto”, diz. Em 2013, também havia condições macroeconômicas mais favoráveis. Os preços elevados das commodities agrícolas favoreceram a indústria paranaense de alimentos, a de maior peso na estrutura produtiva do Paraná.
Além disso, incentivos ao consumo por meio de queda de juros, redução de impostos e aumento do crédito, beneficiaram especialmente a aquisição de bens de consumo, como automóveis.
SETORES – Não por acaso, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias foi a de maior destaque em 2013, com um aumento de participação de 17% para 21% no valor agregado da indústria de transformação do Paraná, segundo o IBGE. O setor encostou, pela primeira vez, na indústria de alimentos, que teve uma participação de 21,6%.
Em compensação, houve queda no valor agregado da indústria de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis – a participação passou de 16% para 13,1%.
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