Decisão da ANS pode inviabilizar operadoras

A partir de 1º de janeiro de 2014, entrará em vigência o novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da ANS, que dispões dos serviços e tratamentos que os planos de saúde devem cobrir obrigatoriamente. A atualização inclui 87 novos procedimentos, incluindo novos tipos de exames, cirurgias, consultas e medicamentos orais para o tratamento de câncer. Além disso, também aumentam o número de consultas e sessões com fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.
A entidade está preocupada, pois o impacto econômico será muito grande nas operadoras de saúde, já que os novos procedimentos devem ser ofertados a partir no início do ano e os planos só poderão sofrer reajuste no final de 2014. “A medicina evoluiu e com ela as opções de tratamentos. Não somos contra a inclusão desses procedimentos no rol, achamos que o consumidor deve, sim, ter direito às melhores técnicas de manutenção de saúde. Entretanto, estamos preocupados, pois não há como arcar com estas novas despesas, uma vez que não há nenhuma variação de receita”, afirma Dr. Cadri Massuda, presidente da Abramge PR/SC.
Segundo a Abramge PR/SC, as operadoras que mais devem sofrer com as mudanças são as pequenas (com até 20 mil usuários) e as médias (entre 20 e 100 mil usuários), que não dispõem da mesma estrutura e reserva financeira que as demais. “A previsão é que muitas operadoras fechem as portas. Algumas já têm parado com a comercialização de determinados planos de saúde porque estão se tornando inviáveis.A ANS precisa se preocupar com a condição financeira das empresas que não têm como de arcar com o aumento das despesas”.
Massuda lembra que as despesas das operadoras estão sempre em crescimento, seja por conta da evolução da medicina e de tratamentos, a prática de uma medicina mais tecnológica e menos humanística, o aumento da procura por médicos devido ao maior acesso de informação e também pela maior longevidade dos pacientes.