Dia Mundial de Combate às Drogas alerta para aumento de consumo na pandemia

Em 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou o dia 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que cerca de 5% da população mundial, entre 15 e 64 anos, faz uso de substâncias ilícitas, o que representa uma média de 243 milhões de pessoas.

Os danos são inúmeros. Pesquisas disponibilizadas pela ONU afirmam que uma a cada 200 pessoas desenvolve consumo nocivo destas substâncias, associando o uso a algum prejuízo biológico, psicólogo ou social. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime UNODC (2018), o uso não medicinal de medicamentos sob prescrição é uma ameaça a saúde pública, sendo responsável pelos maiores danos, com 76% de mortes envolvendo distúrbios relacionados ao uso de drogas.

O cenário aponta para a seriedade da situação. Motivo pelo qual o Dia Mundial de Combate às Drogas se faz tão importante, como forma de estimular o debate em torno do tema e, também de planejar ações e cooperação da sociedade livre da dependência química e do tráfico de drogas.

No Brasil a situação não é animadora, principalmente com o aumento do consumo de cocaína e maconha nos últimos anos. O país não possui produção própria, porém a facilidade de obtenção de drogas de outros países é um ponto agravante. A lei 11.343/2006, de 23/08/2006, institui um Sistema de Políticas Públicas Sobre Drogas no Brasil, o SISNAD, no entanto, como o fato de uma droga ser ilegal não impede seu consumo, esse é um fator que pode contribuir para o aumento da violência, de gastos públicos e de prisões com superlotação nos presídios.

O impacto dos efeitos das drogas ilícitas, sobretudo na saúde e segurança pública, traz a necessidade de políticas públicas eficazes para a conscientização sobre os danos causados à saúde e o risco social que decorrem do consumo.

Mas afinal o que são drogas ilícitas e lícitas?

 DROGAS LÍCITAS

São substâncias naturais ou sintéticas que alteram o comportamento do indivíduo. Sua produção e consumo são permitidos por lei e comumente aceitas pela sociedade. São consideradas drogas lícitas substâncias que contenham: álcool, nicotina, cafeína e medicamentos sem prescrição médica de anorexígenos, anabolizantes e outros.

• DROGAS ILÍCITAS

São substâncias cuja produção e comercialização são proibidas por lei. Estas drogas quando ingeridas, inaladas ou aplicadas provocam no organismo alterações no seu estado físico e comportamental, incluindo perda de consciência, em alguns casos. Entre as drogas ilícitas destacam-se a maconha, cocaína, crack, anfetaminas, ópio, etc.

COVID – 19 x Isolamento Social x Aumento do uso de drogas

Entre os principais desafios que surgiram por conta da pandemia da Covid-19, estão as medidas de proteção, como o isolamento social. Com bares e locais similares, com limitações quanto ao funcionamento e restrições de consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e outras substâncias, estes hábitos passaram a existir dentro das residências.

As experiências de estresse, medo, luto e pressão em diferentes graus são inúmeras e na tentativa de aliviar as angústias e aumentar a sensação de prazer, as pessoas ficam mais suscetíveis ao uso de substâncias lícitas, vindo a piorar vícios antigos ou abrindo portas para novas dependências químicas, como as drogas ilícitas.

O álcool, por exemplo, pode trazer inicialmente uma sensação de alegria e relaxamento, mas seu uso abusivo pode deprimir, alterar o sono e agravar problemas de insônia. O aumento da frequência e quantidade do consumo, além do desejo incontrolável de ingestão é um sinal de alerta importante e é sempre possível procurar apoio.

Especialistas recomendam canalizar o prazer em outras fontes, estimulando rotinas novas e alterando as formas de interação social. Manter a saúde em dia, focar no presente, nas atividades e na busca interna de prazer são outras atitudes que podem ajudar – e muito! Além disso, o que é licito não precisa ser proibido, casa haja equilíbrio no consumo.

Para tanto, vale lembrar que o uso frequente e abusivo de substâncias lícitas prejudica o sistema imunológico, podendo agravar o quadro em caso de infecção pelo Coronavírus.

O paciente que já está em algum tratamento para dependência química, pode encontrar no isolamento um desafio ainda maior, devido a possíveis recaídas, necessitando de suporte de equipe especializada. No SUS os serviços continuam funcionando nos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS), que atendem tanto presencialmente, como remotamente, no monitoramento dos pacientes.

Saiba onde procurar ajuda:

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Rua General Catão Mena Barreto Monclaro, 926 – Bairro São Pedro
Telefones: 3398-2764 | 3382-5471
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil – Menores de 18 anos Rua Coronel Luiz Victorino Ordine, 1586 – Centro
Telefone: 3282-9373
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Alcoólicos Anônimos (AA) Grupo Sol Nascente
Rua Barão do Cerro Azul, 2363 – Igreja do Bom Jesus
Grupo Roseira
Rua dos Monges Beneditinos, 55 – Capela Santa Rita
Grupo São Cristovão
Rua Arapongas, 291 – Igreja São Cristovão
Grupo Monte Claro
Rua Tavares de Lyra, 1684 – Igreja Monte Claro
Centro de Valorização da Vida (CVV)  188
Narcóticos Anônimos (NA) www.na.org.br