O Dia Nacional das Lutas, organizado por centrais sindicais em diversas cidades do país, parou as principais ruas de Curitiba, paralisou linhas de ônibus, bloqueou rodovias em todo o Estado, fechou o comércio de rua e reduziu até o atendimento do Hospital das Clínicas.
Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba paralisaram a circulação dos ônibus na região central da cidade entre 16 e 19 horas de ontem, concentrando na Praça Ruy Barbosa dezenas de manifestantes. Em Curitiba, o comércio de rua foi fechado. O Sindicato dos Comerciários de Curitiba e Região (Sindicom) orientou os empresários a liberarem seus funcionários na parte da tarde, para evitar problemas com locomoção. Algumas lojas fecharam por precaução. Os serviços de táxi da capital ficaram sobrecarregados durante o dia.
Até o Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba funcionou parcialmente e a maioria das aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram canceladas. Alunos das escolas municipais de Curitiba foram liberados mais cedo.
Já membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protestam em pedágios de rodovias do Paraná nesta quinta. Pelo menos 15 praças foram ocupadas e tiveram as cancelas abertas no início da tarde. O MST estima que 21 praças foram ocupadas durante o dia.
Trânsito, Correios e coleta de lixo parados
Na região central de Curitiba, segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), a Avenida João Bettega, a Rua Eduardo Sprada, a Avenida Visconde de Guarapuava, a Avenida Sete de Setembro, a Travessa da Lapa, a Avenida Vicente Machado, além das ruas do entorno, foram as que tiveram situações mais críticas.
A assessoria de imprensa dos Correios informou que 6,5% dos trabalhadores da empresa estão ausentes do trabalho por causa das manifestações, o que equivale a 416 pessoas. Os Correios afirmaram que, mesmo com uma diminuição no número dos trabalhadores, não há problemas com as entregas.
Os trabalhadores da Cavo também cruzaram os braços nesta quinta-feira. A coleta de lixo durante o dia não aconteceu e só foi retomada apenas a partir das 19h.
Metalúrgicos também cruzaram os braços
Perto da fábrica da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), um protesto de metalúrgicos bloqueou totalmente o trânsito em ambos os sentidos durante cerca de quatro horas. O tráfego nas marginais também ficou restrito. Uma longa fila de veículos se formou no local, que fica na região do cruzamento da Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira com a Rua Eduardo Sprada. Os funcionários da Volvo saíram da fábrica e se juntaram aos manifestantes das centrais sindicais que convocam o protesto.
A BR-376, na região da fábrica da Volkswagen, também teve restrições no tráfego devido a uma passeata feita por 4 mil trabalhadores. Em alguns momentos, o trânsito foi bloqueado nos dois sentidos Joinville-Curitiba. Uma marcha de trabalhadores também deixou o trânsito complicado na BR-277, na região da fábrica da Renault, em São José dos Pinhais. A pista no sentido Litoral-Curitiba foi bloqueada.