De uma empresa familiar, da década de 40, nasceu uma das mais importantes camisarias do mundo, a Dudalina. O resgate histórico da marca, desafios e avanços foram relatados por seu diretor de varejo, Rui Hess, na palestra “Amor à camisa e às pessoas”.
Hess começou com slides de fotos da família e da produção do início da marca, em 1947. Segundo ele, a história da Dudalina e de sua família se misturam mas, num determinado momento, esses dois territórios tiveram que ganhar limites mais explícitos, para que um não interferisse no outro. A partir desta abordagem, o empresário compartilhou com a plateia várias experiências, que podem ser reaproveitadas por empresas familiares que querem crescer. “Na nossa família, de 16 pessoas, apenas duas estão hoje diretamente envolvidas com a Dudalina. Para crescer, tivemos que estabelecer metas. Quem não se adequou, pediu para sair e hoje tem seu próprio negócio, com suas regras”, explicou ele. Rui também sugeriu que os membros de uma empresa familiar façam um acordo de acionistas para os filhos, para evitar que o negócio prejudique a relação fraternal.
Além de Rui, sua irmã Sonia Hess de Souza está na diretoria da empresa. Ela é a atual presidente, com plano sucessório já traçado. Dentro de 4 anos, a marca catarinense deverá ser comandada pelo atual diretor comercial, “que não é da família”, ressalta Rui.
Sobre a história da camisaria, o diretor destacou dois grandes momentos de ousadia, que reposicionaram a marca no mercado da moda e alavancaram suas vendas. O primeiro, em 2010, quando deixaram de ser fornecedores de grandes lojas para se tornarem varejistas, investindo no segmento feminino. “A camisa feminina foi para a Dudalina o que o Ipad foi para a Apple”. Em 2012, a empresa ousou mais uma vez, ao abrir uma loja em Milão. Bem-humorado, o empresário brincou: “É verdade, viu, gente? Essa foto não é montagem. Nossa loja, em Milão, é um sucesso desde sua inauguração!”
Números
Atualmente, a Dudalina tem 6 unidades fabris. Uma das mais importantes está em Terra Boa, no interior do Paraná, onde emprega 600 funcionários. A marca tem 44 lojas próprias e 27 franquias, que são alimentadas duas vezes por semana. Recentemente, o projeto Sacola Social, de reciclagem de retalhos de tecido, foi citado em um relatório da ONU como exemplo de programa de responsabilidade social. A Dudalina fornece os restos de tecidos já cortados em retalhos quadrados e doa pacotes do material para grupos que sobrevivem da caridade. A marca também ensina como costurar a sacola de patchwork e recompra a produção. Com a ação, a Dudalina evita os aterros e dá um destino social a suas sobras.
