DST: diagnóstico precoce é aliado do tratamento adequado para mulheres

Neste Dia Internacional da Mulher é importante fazer um alerta: nos dias de hoje não existem mais grupos de riscos para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Mulheres casadas, com namorados fixos, adolescentes e homossexuais têm o mesmo risco de contrair uma DST, caso não pratiquem sexo seguro, ou seja, com uso de preservativo.
A Organização Mundial da Saúde estima que ocorram de 10 a 12 milhões de novos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) por ano no Brasil. Segundo o Programa Nacional de DST/ AIDS do Ministério da Saúde, mais de 700 mil brasileiros são portadores do HIV e os números das outras doenças também são alarmantes.
Jaime Rocha, infectologista do Laboratório Frischmann Aisengart, elenca que as principais DSTs são AIDS, hepatite, gonorreia, herpes, sífilis, tricomoníase, candidíase, cancro mole, condiloma acuminado (infecção pelo HPV), infecção por Clamídia, Ureaplasma e Micoplasma. No caso da hepatite B, Rocha lembra que ela é uma doença infecciosa causada pelo HBV, um vírus DNA da família Hepdnaviridae, resultando na inflamação das células hepáticas do portador. “Há muito tempo o Brasil vivencia uma epidemia de hepatite, não somente a B. A maioria das pessoas não se vacina e acaba só descobrindo a doença quando faz o exame, seja porque o médico percebeu os sintomas da doença ou porque está fazendo um check-up rotineiro”, explica o especialista.
Por isso, Rocha ressalta a importância de tomar a vacina. Existem três opções de vacinas. A primeira é a vacina apenas para a hepatite A. A segunda opção é a vacina somente para a hepatite B. Já a terceira opção é a vacina que contempla a hepatite A e B conjuntamente. “Quanto à hepatite B, além da vacina, ressalto mais uma vez, é importante o uso de camisinha para se evitar a doença”, fala.
Já o vírus HPV (Human Papilloma Virus ou Papilomavírus Humano), de acordo com o especialista, é a DST mais frequente que existe, atingindo, em algum momento da vida, 75% das pessoas sexualmente ativas. O HPV é adquirido durante o sexo (oral, vaginal ou anal) e responde por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero, o segundo tipo de tumor mais frequente entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de mama.
De acordo com Rocha, a melhor maneira de prevenção é evitar grande quantidade de parceiros e sempre usar preservativo. Também é aconselhável ter cuidado com roupas íntimas e banheiros, além de controles anuais com acompanhamento de um ginecologista.
Mas o especialista lembra que a prevenção também deve ser feita com a vacina contra o HPV. A recomendação é para a aplicação antes ou no início da atividade sexual, para ambos os sexos, entre nove e 26 anos, com base no critério da imunogenicidade (formação de anticorpos). “E, infelizmente, mesmo com a disponibilização da vacina contra HPV pelo governo, ainda percebemos uma cobertura da segunda dose abaixo da meta no Brasil”, alerta o médico.
A vacina disponível no Laboratório Frischmann Aisengart é a quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV, responsáveis por 90% das verrugas genitais em homens e mulheres e 70% dos casos de câncer de colo uterino na mulher. A aplicação é feita em três doses, sendo a primeira na data escolhida e as demais com intervalos de dois e seis meses.