Apple testa mercado de smartwatches com estreia silenciosa

O Apple Watch foi lançado mais com um suspiro do que com estardalhaço, um início não usual para a companhia que pode refletir certa incerteza em relação à demanda pelo primeiro novo produto do atual chefe da Apple, Tim Cook.
A Apple não tinha certeza se o relógio criaria filas ao redor das lojas, que foram vistas historicamente pela companhia com seus iPhones e iPads, disse Gene Munster, analista da Piper Jaffray. “O lançamento menor permite que eles vejam como vai ser e isso remove alguma da expectativa e do risco sobre as filas”, disse Munster. “Se eles fizerem do jeito antigo e não houvesse boas filas, seria um problema.”
A demanda veio melhor que o esperado, de acordo com Munster, que prevê mais de 2 milhões de relógios vendidos no trimestre a ser encerrado em junho. O analista sênior da FBR Capital Markets Daniel Ives elevou sua estimativa para 2015 de 17 milhões para 20 milhões, baseado em parte nos pedidos online.
“Havia uma dúvida sobre se a trajetória e a demanda por aparelhos vestíveis no ecossistema da Apple era real”, disse Ives. “Mas a resposta é um ressonante sim.” A empresa disse que alguns consumidores vão obter os relógios mais rápido que o prometido. “Nosso time está trabalhando para atender os pedidos o mais rápido possível baseando-se na oferta disponível e na ordem com que foram recebidos”, disse a Apple em comunicado nesta quarta-feira.
A Apple optou pela simplicidade dos pedidos online devido a dificuldades logísticas para os relógios: há 38 variantes que precisaria manter em estoque, quando levados em conta os diversos tamanhos, estilos e pulseiras, com preços de US$ 349 (aproximadamente R$ 1 mil) para a versão esportiva a US$ 10 mil ou mais para a edição em ouro.
De fato, os únicos relógios que ficarão à venda na sexta-feira estarão em butiques de luxo e lojas de departamento que a Apple escolheu para ajudar a posicionar o aparelho como um item fashion.

Foto: Divulgação.