Apesar de registrar a primeira evolução favorável desde fevereiro, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) fechou o segundo trimestre do ano com recuo de 6,3% em relação ao mesmo período de 2013. O dado faz parte da pesquisa Sondagem do Comércio divulgada hoje (31), pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo o instituto, o resultado é consequência da combinação de piora do quadro atual com a melhora das expectativas em relação aos meses seguintes.
Com isso, a taxa interanual trimestral do Índice de Expectativas (IE-COM) passou de um resultado negativo de 6%, em junho, para -4,7% em julho. No mesmo período, o Índice da Situação Atual (ISA-COM) passou de uma taxa de -7,1% para -8,9%, respectivamente.
Para o economista do Ibre Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do instituto, “passado o período de intensificação da desaceleração do setor em função dos feriados relacionados à Copa do Mundo, as empresas parecem esperar alguma recuperação no volume de vendas ao longo dos próximos meses”. Segundo ele, o cenário, embora factível, “não altera o quadro de baixo crescimento que vem caracterizando o comércio em 2014”.
O levantamento do Ibre indica que a melhora das expectativas ocorreu de forma mais notável exatamente nos segmentos que observaram as maiores quedas de confiança nos meses anteriores. No segmento veículos, motos e peças a variação interanual trimestral do IE-COM passou de uma avaliação negativa de 16,4%, no trimestre encerrado em junho, para -9,8%, em julho. Material para construção passou de -11,5% para -9,8%; enquanto no varejo restrito houve ligeira piora das expectativas, com as taxas passando de -3,7% para -4,6%, respectivamente.