A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra recuo generalizado do nível do emprego industrial no Brasil. No Paraná, o contingente de trabalhadores no setor recuou 3% em março, em relação a março de 2013, a oitava variação negativa consecutiva. No Brasil, a retração foi 1,9%, a 30ª queda seguida.
A pesquisa é realizada em dez estados da federação, mais as regiões nordeste, norte e centro-oeste. Das unidades pesquisadas, apenas Pernambuco apresentou resultado positivo (4,9%).
Para o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a retração generalizada no Brasil se deve às incertezas dos empresários em relação ao futuro da política econômica, principalmente no que diz respeito aos fatores de instabilidade, resumidos na aceleração da inflação, do déficit público e dos desequilíbrios das contas externas.
“Tal quadro se traduz na postura defensiva dos agentes produtivos, comprime as expectativas de lucro e provoca o adiamento dos projetos de investimento, interferindo negativamente no desempenho do mercado de trabalho”, afirma o economista.
CONTRIBUIÇÃO – As maiores contribuições para a desaceleração no emprego industrial paranaense em março foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (com queda de 33,4%), metal (menos 9,1%), vestuário (menos 8,2%), borracha e plástico (menos 6%) e metalurgia básica (queda de 4,0%).
Em contrapartida, mantiveram o ritmo de crescimento os ramos de papel e gráfica (4,7%), alimentos e bebidas (4,4%), produtos químicos (3,5%), máquinas e equipamentos (1,7%), madeira (0,4%) e fumo (0,4%).