
Em 1994, Edson Cardoso – mais conhecido com o Jacaré, do “É o Tchan” – pisava pela primeira vez em um palco. De lá para cá, ele enfrentou a selva, o Havaí e o Egito, até agarrar a oportunidade de se tornar ator ao integrar o elenco do humorístico “A Turma do Didi” em 2001. Exatos 20 anos se passaram e Jacaré experimenta novamente o frio na barriga de pisar em um palco pela primeira vez, mas desta vez totalmente sozinho.
Segundo Jack – como os íntimos o chamam -, ele nunca imaginou que pudesse chegar a um desafio tão grande em tão pouco tempo. “Nunca imaginei nada disso que sou hoje. Não imaginava que seria dançarino e muito menos ator. Quando era criança queria ser médico porque minha mãe tinha asma e queria curar a doença dela”, lembra.
A peça marca outro tipo de conquista para o ator. Esta é a primeira vez que um ator negro encena o texto. “Estamos conquistando cada vez mais, mas ainda são poucos os espaços na dramaturgia – principalmente, na TV – para um negro. Teve a Helena, da Taís Araújo, e depois que outra protagonista que teve? Mas estamos indo aos pouquinhos”, diz ele.
Jacaré, agora, é ator em tempo integral e está focado em estudar cada vez mais para se aperfeiçoar.
Mas tem coisas que não o mudaram. Ao contrário de muitas celebridades, que quando enveredam por outras áreas tenta esconder o passado, Edson diz que não tem vergonha de ter sido dançarino de axé. “Tenho muito orgulho de ter feito parte do ‘É o Tchan’. Muita gente vai me xingar por esta declaração, mas o grupo faz parte da história cultural do país e me sinto honrado por isso. Pode não gostar da música, mas que foi um fenômeno popular ninguém pode negar”.
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