A criatividade diferencia produtos, serviços e até cidades, afirma Adriana Dias, administradora de empresa e especialista em economia criativa. A convite da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Fecomércio, Sesc Paço da Liberdade e Fundação Cultural de Curitiba, ela ministrou uma palestra sobre Economia Criativa – estudo e desenvolvimento de processos produtivos vinculados à criatividade e conhecimento. A palestra faz parte de um conjunto de ações para capacitar, aprimorar e fortalecer o setor criativo da cidade.
“Hoje não vendemos um produto ou serviço, vendemos um comportamento que está diretamente relacionado às características de pessoas e grupos”, disse a palestrante.
Curitiba é a 12ª cidade mais criativa do Brasil, segundo dados de pesquisa realizada pela Federação do Comércio de São Paulo. “Uma das nossas maiores dificuldades é transformar pessoas criativas em empreendedoras. Os empreendimentos podem existir, mas se forem pequenos, se não alteram o PIB, não têm o poder de desenvolver e reter talentos na cidade, que é o maior patrimônio da economia criativa”, explicou a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, Gina Paladino.
“A economia criativa existe, mas ainda não é tratada como um recorte da economia tradicional. Ela é um pedaço do setor de serviços e consegue estabelecer o mais alto valor agregado ao seu produto ou serviço dentro da economia”, complementou Gina.
Com as mudanças recentes na sociedade como a globalização, tecnologias digitais, modelos diferentes de consumo e com canais inovadores de distribuição, a criatividade virou o centro de diferenciação.
Adriana salienta que anteriormente não havia a valorização do profissional criativo e que atualmente é o inverso.
Adriana Dias é sócia-diretora da ART A2 Consultoria Ltda., empresa do Rio de Janeiro especializada em projetos desenvolvimento de conteúdos para o mercado do entretenimento e Economia Criativa. E sócia fundadora do Pólo da Economia Criativa, uma instituição voltada ao desenvolvimento de projetos na área da economia criativa.
Segundo um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan/2012), o país tinha 809.533 mil trabalhadores formais atuando em empreendimentos ligados a Economia Criativa em 2011, quando o segmento movimentou R$ 110 bilhões – ou 2,7% do PIB brasileiro. Os trabalhadores da área apresentam uma remuneração média de R$4.693,00 com uma média de 12,5 anos de estudo.
Segunda a consultoria Price Waterhouse e Coopers (PwC) o mercado de entretenimento e mídia brasileiro chegará a US$ 71 bilhões em 2017, com taxa de crescimento médio anual para os próximos cinco anos de 10,8%.