O mundo está mais acelerado do que nunca. Novas tecnologias surgem a cada segundo e os avanços começam a fazer parte não só do nosso dia a dia, mas também do mercado de trabalho. E com tanta inovação, as empresas precisam de um novo tipo de profissional: o cientista de dados. Esse profissional tem habilidades técnicas para encontrar respostas para problemas complexos, a partir de análise de grandes bancos de dados (Big Data). Trata-se de uma carreira com extremo potencial de crescimento, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
Com tanta demanda no mercado, é preciso se qualificar ainda na universidade. E para isso, nada melhor do que colocar em prática todo o conteúdo aprendido em sala de aula. É com esse propósito que quatro estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, decidiram participar de um concurso internacional de ciência de dados, o Data Science Game. Eles foram selecionados para participar da final da competição, que acontecerá de 27 a 29 de setembro, em Paris, na França. Formada pelos alunos Tobias Veiga, Gustavo Sutter, Bruno Coelho e Marcello Pagano, do terceiro ano de Ciências de Computação do ICMC, a equipe recebeu o nome de RassaCaaso e concorreu com centenas de estudantes de mais de 35 países. Após quatro semanas de competição, o time se classificou com outras 19 equipes para a final do campeonato.
Nessa próxima fase, já entre os melhores do mundo, eles tentarão conquistar o primeiro lugar em um desafio de 24 horas. O objetivo é ensinar sistemas computacionais a identificarem padrões para tomar decisões e realizar tarefas com o mínimo de intervenção humana. Além de melhorar suas próprias habilidades em ciência de dados, os alunos ainda terão contato com diversos gigantes da tecnologia, como a Microsoft, por exemplo.
No ano passado, Tobias participou, pela primeira vez, do Data Science Game com alunos de pós-graduação do ICMC e explica por que decidiu voltar para a competição este ano: “Eu fiquei muito impressionado com o nível dos concorrentes porque as equipes eram muito bem treinadas e isso me estimulou a estudar ainda mais. Além disso, ser competitivo me ajudou a ter foco nos estudos e, assim, as chances aumentam para que possamos alcançar o nosso objetivo: conquistar uma boa classificação”. Já para Gustavo, outro membro da equipe, a participação de Tobias, no ano passado, é um diferencial: “Durante a etapa classificatória foi muito importante ter alguém que já tinha experiência, pois sem isso dificilmente teríamos conseguido nos classificar”.
Tobias conheceu o concurso em uma das aulas da disciplina Competições em Ciências de Dados, ministrada pela professor do ICMC, André de Carvalho. Para incentivar a participação na competição, o professor convidou Humberto Brandão, que fazia pós-doutorado no Instituto, para ajudar na disciplina já que ele havia participado do Data Science Game e de outras competições de Ciência de Dados. O estímulo deu tão certo que Tobias fez parte da equipe do ICMC, no ano passado, a convite de Humberto.
André diz que essas competições vêm aumentando cada vez mais e que incentivar os alunos a participar é um ótimo método para aprendizagem além da sala de aula. “Os meninos já estão entre os melhores do mundo. Então, isso significa que eles são muito bons e que nós estamos dando uma boa formação para eles. Estou muito orgulhoso pela classificação”, finaliza o professor.