É grande o número de jogadores de futebol que são afastados dos treinos e jogos por conta de cirurgias para correção de hérnias. Tal fato ocorre porque os homens têm a probabilidade 10 vezes maior de desenvolverem hérnia inguinal do que as mulheres. Os sintomas são dores na região da virilha e um abaulamento na região inguinal.
Segundo o médico Mateus Martinelli de Oliveira, para muitas mulheres a hérnia inguinal pode ser assintomática, sendo descoberta somente durante um exame de rotina. “Uma hérnia inguinal pode causar desconforto ou dor na área da virilha, podendo piorar quando a mulher tosse, se curva ou pega peso”, explica.
Já a incidência é maior nos atletas do sexo masculino devido ao trauma crônico e repetitivo nos músculos da região inguinal, levando a um estiramento destas estruturas. “Os sintomas surgem em decorrência do excesso de uso da musculatura abdominal inferior”, explica Martinelli.
No caso de não atletas, Martinelli explica que a incidência se torna maior em homens por dois motivos. O primeiro é porque no menino, durante sua formação, o testículo migra da cavidade abdominal para bolsa escrotal através do canal inguinal. “Nessa migração, muitas vezes o canal inguinal permanece alargado formando um trajeto para a cavidade abdominal”, avalia. Já nos idosos, a próstata vai aumentando de volume, dificultando a micção fazendo com que o homem necessite de um maior esforço para urinar, consequentemente forçando a musculatura da região inguinal.
“Esse tipo de doença não existe prevenção”, afirma Martinelli. “E se não há como prevenir, o indivíduo deve levar normalmente a vida, caso tenha tendência, o tratamento é a cirurgia”, explica. A principal forma de tratamento cirúrgico, mais moderna e atual, a colocação de uma prótese (tela), na parede abdominal, visando o reforço da musculatura e fechamento parcial do orifício do canal inguinal.
Segundo o médico, a cirurgia pode ser realizada tradicionalmente, ou seja por via aberta, convencional ou por videolaparoscopia em que se realiza o procedimento por três pequenos orifícios na parede abdominal e o paciente tem um retorno precoce para suas atividades.
Martinelli afirma também que as pessoas que sempre carregam muito peso de forma inadequada, seja na bolsa, no trabalho ou até mesmo na academia, podem ser candidatos a desenvolver hérnia no futuro. “Isso porque o problema também está associado a esforços incorretos em quem tem a parede muscular enfraquecida, ou em pessoas que já se submeteram a alguma cirurgia, e a hérnia aparece onde foi realizado o corte”, finaliza.
O médico Mateus Martinelli de Oliveira é membro da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH). A sociedade foi criada com objetivo de dar o suporte profissional e técnico aos médicos associados. Segundo dados da SBH, em 2011, foram realizadas 45 mil cirurgias de hérnia pelo SUS.