Acarajé, abará, caruru e vatapá são alguns pratos que enchem os olhos dos baianos. Contudo, muitos apreciam e até preferem a gastronomia japonesa, que vem fidelizando um grande público na Bahia e formulando um mercado cada vez mais competitivo no estado.
As comidas tipicamente japonesas vão ganhar a mídia com a chegada dos Jogos Olímpicos, que acontecem entre 23 de julho e 8 de agosto, em Tóquio.
Embora se garanta com um bom prato nordestino, a Bahia também contempla variedade e qualidade da culinária japonesa, que pode ser aproveitada com experiências agradáveis do segmento.
Com características e combinações diferentes das que os baianos estão acostumados, esta gastronomia é uma das mais consumidas do mundo, e se desenvolveu a partir de renovações políticas e sociais do país.
Ela apresenta sabores exóticos que surpreendem o paladar e dá importância à sazonalidade dos alimentos. Dentre as diversas iguarias japonesas, o sushi é uma das comidas mais tradicionais. Mas se destacam também o sashimi, temaki, missô, niguiri, arroz branco, wasabi e outros, que se popularizaram e estão conquistando a população baiana.
Primeira impressão nem sempre é a que fica
Há quem diga que a primeira impressão é a que fica mas, em relação à comida japonesa, o administrador Tiago Almeida, de 29 anos, foi no sentido contrário a este pensamento e não se arrependeu.
Ele classifica como péssima a primeira experiência com a culinária japonesa, cerca de 10 anos atrás. “Comi um temaki cru de salmão e cebolinha. Quando os amigos que me levaram perceberam que não gostei, me fizeram seguir o caminho ‘tradicional’ nas ocasiões seguintes, começando pelos fritos, passando pelos maçaricados, até chegar nos crus”, explica.
Após a primeira experiência ter sido um fiasco, a segunda surpreendeu. Embora ele admita que a comida baiana tenha o seu lugar, a japonesa é a sua preferência no cotidiano. “Sabendo escolher, ela se torna uma refeição mais leve e de fácil digestão”.
Atualmente, o administrador tende a variar as peças, mas abrindo mão das peças fritas e recusando o molho, pois assim consegue sentir melhor o sabor de cada item.
Abertura para novidades
Muitas pessoas possuem o costume de se antecipar e afirmar que não gostam de determinado alimento, mesmo sem ter experimentado. Esta atitude está longe de ser apenas típica das crianças. A advogada Ana Maria Luna, 27, por exemplo, sempre subestimou a comida japonesa. Contudo, há cerca de oito anos, ela começou a comer e se apaixonou.
Sem abrir mão das peças massaricadas, principalmente as de camarão, ela admite que, mesmo amando a culinária japonesa, a comida e o tempero baiano ganham a batalha.
Curiosidade
A culinária japonesa vem sendo implementada aos poucos no paladar do também administrador Tiago Patrício Sales, 34. Ele começou a experimentar o alimento há dois anos por curiosidade e, hoje, gosta do alimento, embora não frequente assiduamente restaurantes da gastronomia japonesa.
“Alguns sabores são exóticos, mas nada que fosse muito estranho”, relata sobre a experiência. O sushi é o preferido dele. “Aos poucos, a culinária japonesa vem ganhando espaço na Bahia. Contudo, o baiano raiz não dispensa um bom prato da culinária baiana”, comenta.
Benefícios
Com uma infinidade de preparos, que tendem resultar em pratos saborosos, há uma série de benefícios que a culinária japonesa proporciona para quem a consome, como proteína. A gastronomia ainda é rica em nutrientes e ômega 3. Além disto, pode ser um alimento de baixa caloria.
Para a advogada Ana Maria Luna, trata-se de uma comida leve e que pode ser inserida na rotina daqueles que estão até mesmo de dieta. Além disso, o administrador Tiago Almeida também lista outros benefícios: “praticidade, digestão rápida, boa parte das opções não precisa ser consumida imediatamente e, sabendo escolher os ingredientes, é possível entrar em uma dieta”, analisa.
No entanto, assim como qualquer alimento, nada consumido em excesso faz bem, principalmente se forem consideradas as frituras e molhos que contêm alto teor de gordura.
Rodízio
Com 113 anos da imigração japonesa no Brasil e a implementação da rica culinária, o rodízio foi um aspecto significativo para introduzir ainda mais a culinária japonesa na Bahia, sendo em grande parte responsável pela popularização do alimento entre os baianos. Há quem nunca frequentou ou prefira as peças unitárias, mas o rodízio japonês tem suas vantagens.
O rodízio japonês é o preferido de Ana Maria Luna, e o motivo é interessante. “Gosto mais do rodízio de japonês, pois a sensação de ser uma comida mais leve, faz com que o rodízio traga menos peso na consciência”, brinca.
“A comida japonesa tem tomado conta do gosto dos baianos. Como se criou o estigma de ser uma comida cara, o rodízio, dando a possibilidade de comer livremente a quantidade que quiser, tornou o japonês mais acessível”, complementa ela.
Já o administrador Tiago Almeida prefere restaurantes onde consiga comer peças mais elaboradas e sem o excesso do arroz, presente nos rodízios. Mas ele afirma que o rodízio japonês é ainda superior ao de pizza e, em contrapartida, inferior ao de carne.
Como começar a experimentar
Muitas pessoas têm interesse em experimentar esta gastronomia mas, por algum motivo, ficam receosas. Os amantes da comida japonesa indicam as peças fritas para começar a degustação. De acordo com os relatos, este ‘método’ é o caminho ‘tradicional’ e ‘ideal’ para se apaixonar e introduzir o alimento na rotina.