Terminou sem acordo mais uma rodada de negociação entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), envolvidos em conversações sobre o processo de paz, em Cuba. Não há consenso sobre as drogas ilícitas, assunto em discussão desde novembro do ano passado. Apesar da repressão às drogas, o país é o terceiro produtor mundial de cocaína.
Os negociadores disseram que avançaram em diferentes aspectos, e que na próxima rodada, prevista para abril, continuarão a analisar o assunto. O problema das drogas ilícitas é o terceiro item da pauta para o diálogo e, os negociadores discutem ideias para combater o narcotráfico e os cultivos ilegais de maconha, coca e papoula.
As Farc defendam a criação de áreas de cultivo para fins medicinais. O governo não descarta a possibilidade, mas estuda mecanismos de regulação. Em algumas regiões, a guerrilha usa o plantio e produção de drogas como fonte de renda para manter-se em conflito.
O negociador do governo colombiano, Humberto de la Calle, disse que a intenção do processo de paz é que a verdade sobre o conflito seja revelada. “Não pode haver fim do conflito sem verdade”, destacou. Ele afirmou que o governo tem reconhecido suas responsabilidades em violações cometidas por militares, e que espera que as Farc também sejam transparentes para com a sociedade.
As declarações de La Calle foram feitas em um momento em que a sociedade civil, o governo e os organismos internacionais pedem que a guerrilha revele informações sobre tortura e morte de policiais ocorridas neste mês. As Farc, entretanto, se negaram a entregar os responsáveis pelos assassinatos.