Cientistas do Instituto de Pesquisa da Aids IrsiCaixa em Barcelona comprovaram que uma família de células do sistema imunitário, as células mielóides, funcionam como um “cavalo de Troia” e ajudam o HIV a se propagar mais rapidamente pelo organismo. O estudo abre o caminho para buscar novos remédios anti-retrovirais, já que os atuais não bloqueiam esta via de dispersão do vírus da Aids.
De fato, o IrsiCaixa anunciou que já está pesquisando, entre outras estratégias de erradicação do HIV, um fármaco contra este mecanismo de propagação que poderia potencializar os tratamentos clínicos atuais. O estudo demonstrou pela primeira vez que as células mielóides podem capturar o HIV e, ao invés de iniciar uma resposta imunológica adequada contra ele, o concentram em grande quantidade e o transmitem inteiro a seu principal alvo, os linfócitos T-CD4.
Segundo informou o centro de pesquisa especializado em HIV impulsionado pela entidade bancária La Caixa e o governo regional da Catalunha (Generalitat), as células mielóides atuam como autênticos “cavalos de Troia” e favorecem a rápida expansão do vírus pelo organismo. Segundo os pesquisadores, em condições normais, quando um patogênico entra em nosso organismo, as células mielóides exercem um papel-chave na ativação da resposta imunológica.
Sua função consiste em patrulhar pelo organismo, capturar os agentes infecciosos, degradá-los e obter algumas de suas moléculas, para depois se deslocar aos nódulos linfáticos, onde células se encarregam de destruir de maneira específica os micróbios e as células que já foram infectadas. O problema do HIV é que ele se aproveita das células mielóides e as transforma em “cavalos de Troia” refugiando-se dentro da mesma, em compartimentos, sem chegar a se degradar por inteiro, segundo descobriram os pesquisadores.