Indústria do Paraná tem queda

Com forte queda em seu desempenho em junho, interrompendo uma série de três meses seguidos de alta, a indústria paranaense fechou o primeiro semestre de 2013 com uma redução de -1,08% em suas vendas, em comparação com o mesmo período de 2012. A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), responsável pelo levantamento afirma que o resultado dos primeiros seis meses do ano é um sinal de alerta para o segmento. Caso a tendência de desaceleração das atividades não seja revertida a partir dos dados de julho, a expectativa de crescimento para a indústria do Estado em 2013 – anteriormente estimada entre 2,5% e 3% – devem ser revistas para baixo.
Por isso, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, reitera o apelo pela adoção de medidas efetivas que recuperem a competitividade da indústria brasileira.
O desempenho negativo do primeiro semestre deste ano foi afetado diretamente pela queda de -6,6% nas vendas em junho. Dos 18 setores pesquisados pela Fiep, 11 tiveram redução no volume de negócios no mês.
A redução nas vendas em junho interrompeu um ciclo de três meses consecutivos de crescimento – a indústria paranaense havia registrado aumento em suas vendas de 17,94% em março, 10,21% em abril e 1,93% em maio. Para o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, as oscilações no primeiro semestre são reflexo de um cenário de incertezas que atinge a economia brasileira. “Os números evidenciam a nebulosidade que se dissemina sobre a economia nacional”, diz.
O economista chama a atenção para outro fato alarmante observado na pesquisa da Fiep. Em junho, o nível de emprego na indústria paranaense caiu -2,28%, com redução em 12 dos 18 gêneros analisados.
“Esse é também um alerta, já que tradicionalmente junho é um mês de aumento de emprego, dada a característica histórica de maior dinamismo da indústria no segundo semestre”, explica. Além disso, as compras de insumos pelas empresas também apresentaram redução de -7,63% no mês. “Portanto, não há sinais claros para as decisões empresariais relativas à programação de produção e à realização de novos investimentos. Em outras palavras: as empresas não estão vislumbrando forte crescimento no futuro próximo”, afirma Schmitt.
Para Campagnolo, a oscilação pela qual passa a indústria paranaense segue uma tendência nacional e é mais um sinal de que o país precisa adotar medidas efetivas que possibilitem a retomada da competitividade do setor produtivo brasileiro. “Há tempos alertamos que o país precisa resolver uma série de problemas estruturais que prejudicam a indústria nacional, como a alta e complexa carga tributária e as deficiências de infraestrutura, entre tantos outros”, diz o presidente da Fiep.