A inflação em Curitiba e Região Metropolitana teve um dos maiores aumentos do país: o índice cresceu 0,83% em março, uma das quatro cidades com piores resultados, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE.
O índice é calculado com base nas despesas de consumo das famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos entre um e quarenta salários mínimos, qualquer que seja a fonte desses rendimentos. Em Curitiba, a inflação superou a média nacional, que foi de 0,75% em março.
Em comparação com as cidades analisadas no levantamento, Curitiba ficou atrás apenas de Porto Alegre (1,18%) e Fortaleza (1,04%) e empatada com o Rio de Janeiro (0,83%). Atrás da capital paranaense estão Recife (0,82%), São Paulo (0,78%) e Salvador (0,76%). Todas as regiões pesquisadas registraram inflação em março.
Causas e consequências
Segundo Jackson Bittencourt, Coordenador do Curso de Economia da Escola de Negócios da PUC-PR, “a alta da inflação na RM de Curitiba em março foi causada pela elevação dos preços dos alimentos, dos combustíveis, da passagem aérea e do ônibus urbano, que contribuíram decisivamente no resultado final do IPCA Curitiba no período”.
De acordo com o levantamento, os grupos com maiores aumentos foram “Alimentação e Bebidas”, com alta de 1,43%, e “Transportes” com acréscimo de 2,18%. No acumulado no ano, “Alimentação e Bebidas”, que apresenta o maior peso entre todos os grupos pesquisados, subiu 3,33% em Curitiba e região. Em termos anualizados, ou seja, nos últimos 12 meses, “Alimentação e Bebidas” também lidera com alta de 6,98%, seguido pelo grupo “Habitação” com acréscimo de 5,84%. Em Curitiba, a inflação nesses dois grupos ficou acima do índice geral acumulado nos últimos doze meses (3,99%).
Vilões
Tanto o grupo “Alimentação e Bebidas” quanto “Transportes” foram os principais causadores da inflação de março das famílias da RMC: juntos foram responsáveis por 92% da inflação do mês. Isto significa que se esses dois grupos não tivessem sofrido elevação de preços em março, a inflação teria sido de apenas 0,07%.
“O aumento dos preços de ‘Alimentação e Bebidas’ foi causado principalmente pela alta de itens de cesta básica. Nesse subgrupo, a influência maior foi a elevação dos preços de cereais, leguminosas e oleaginosas (7,12%) – com destaque para os aumentos do feijão carioca (25,87%) e do feijão preto (9,44%), do tomate (44,40%) e das frutas (7,21%)”, explica Jackson.
Já no grupo “Transportes”, com alta de 2,18%, os responsáveis foram os aumentos em passagem de ônibus urbano (5,41%), passagem aérea (6,44%), e combustíveis, sobretudo o etanol (7,55%), que subiu mais do que o dobro da gasolina (3,10%).