A instabilidade no mercado financeiro depois da reunião do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, levou o Tesouro Nacional a promover um leilão extraordinário de recompra de títulos.
Os valores só serão anunciados depois dos leilões. Os títulos a serem recomprados são LTN e NTN-F, papéis prefixados, e NTN-B, papel corrigido pela inflação. De acordo com o Tesouro, o leilão é necessário porque, em momentos de turbulência financeira, as taxas dos títulos tendem a se descolar dos fundamentos da economia brasileira.
Segundo técnicos do órgão, a instabilidade faz o aplicador ter a sensação de que está perdendo dinheiro ao manter o título. No entanto, na hora de se desfazer do papel, o investidor não encontra compradores que ofereçam preço justo. Nessas horas, então, é necessário o Tesouro recomprar os títulos para fornecer um referencial de preços e taxas de juros.
No caso dos títulos prefixados, a tensão é maior porque os juros pagos aos investidores (taxa de retorno) são definidos com antecedência e não variam conforme as oscilações do mercado e da economia. Quem compra agora um papel desse tipo sabe exatamente quanto receberá daqui a vários anos.
No momento em que os juros dos títulos aumentam por causa da turbulência financeira, os investidores com esses papéis temem ter ainda mais prejuízo porque a taxa de retorno não pode mudar.
O dinheiro para a recompra dos títulos virá, na maior parte, do colchão da dívida pública, recursos que o Tesouro tem guardado para usar em momentos de crise. Esse instrumento foi usado em 2005, 2006 e 2008, quando estourou a crise financeira internacional.