Lapsos de memória podem ocorrer por fatores cognitivos e externos

Esquecer de um endereço, do nome de um amigo ou até mesmo do número de sua casa ou do seu celular pode ser mais comum do que imaginamos. O esquecimento, de acordo com a neuropsicóloga Dra. Samanta Rocha, do Instituto Habilittare, é um recurso do cérebro para não armazenar informações desnecessárias, ou seja, trata-se de uma limpeza de arquivos que não são utilizados. “Se pensarmos assim, não se lembrar de um número de telefone pouco usado ou um conceito de física que não faz parte do seu cotidiano, é perfeitamente natural”, argumenta.
Dra. Samanta Rocha destaca que alguns fatores como idade, sexo e nível de atividade intelectual podem influenciá-la. “A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações segundo a vontade ou a necessidade da pessoa”, explica a neuropsicóloga. Ela comenta que fatores externos também podem afetar seu bom desempenho.
“Sono, uso de medicação, equilíbrio endocrinológico, infecções do sistema nervoso central podem comprometer a função e o desempenho da memória.”
A memória é dividida em três características básica: o tempo de duração da memória (de curto ou longo prazo), o tipo de lembrança armazenada (palavras ou imagens) e a capacidade de ser realizada conscientemente ou não. Em cada tipo de memória, uma região do cérebro diferente é ativada. “Podemos distingui-las no cotidiano usando testes neuropsicológicos associados às queixas de cada pessoa. Por exemplo, uma pessoa que se queixa de não se lembrar de um nome tem prejuízo na memória verbal e aquela que não se lembra de um rosto familiar tem prejuízo da memória não-verbal (visual)”, exemplifica a neuropsicóloga.
Mas, como descobrir se a sua memória está funcionando de maneira correta? Segundo a Dra. Samanta existem alguns exercícios que ajudam a fortalecer a memória. “Sentar-se na frente do televisor e contar para outra pessoa o que acabou de ver é um bom exercício”, ensina. Outra dica é fazer caça-palavras, jogos da memória e até o tricô e crochê. “Essas atividades ajudam a memória sempre ser ativada.”
Para observar como anda a memória, a neuropsicóloga indicou o teste do PhD e vice-presidente da Neuroscience Clinical Development, Richard C. Mohs, que ajuda a avaliar o desempenho individual. Ela sugere que, caso exista alguma alteração no resultado, o paciente deve buscar ajuda profissional.