LGBTQIA+: veja 2 modelos trans que abriram caminhos na moda

No Mês do Orgulho LGBTQIA+é importante falar sobre as modelos brasileiras que se destacaram e abriram caminhos no mundo da moda. Entre elas estão as trans Lea T e Valentina Sampaio.

As duas fazem sucesso mundo afora e têm no currículo participações importantes em desfiles, revistas e campanhas. Tornaram-se porta-vozes na luta contra o preconceito e a violência.

Lea T

A mineira de 40 anos é fenômeno do mundo fashion desde 2010, quando se tornou estrela de uma campanha de inverno da Givenchy e também fez um ensaio fotográfico nu para a revista francesa Vogue. No fim de 2014, com um contrato com a Redken, se tornou a primeira transexual a atuar como o rosto de uma empresa de cosméticos.

“O preconceito sempre existiu. Sempre senti preconceito. E as estatísticas provam que o Brasil é o recordista em mortalidade da comunidade LGBT. É um problema muito grande no nosso país e essa intransigência revelada induz e incentiva ainda mais a violência, o que pode trazer mais perigo e riscos às comunidades”, disse ao “Elas no Tapete Vermelho“, em 2019.

“É difícil dar conselhos a mulheres trans. Já me perguntei várias vezes o que eu poderia falar e sempre recebi mais delas. Aprendi muito com elas. Eu sei reconhecer minhas conquistas, mas o que falar para uma garota em total vulnerabilidade? É incoerente falar ‘força’. Prefiro falar às pessoas cisgêneras (que se identificam em todos os aspectos com seu gênero de nascença). É preciso começar a refletir sobre o assunto, a ter empatia pela dor do próximo. Um discurso empático é importante para começar a reproduzir amor perante essas comunidades.”

LGBTQIA+: Valentina Sampaio

A cearense de 24 anos foi “descoberta” aos 16 anos de idade, em uma feira de moda de Fortaleza, e ficou em evidência nacional ao ser eleita embaixadora da L’Oréal. A marca francesa conheceu a modelo por meio de suas redes sociais e seu engajamento em relação ao assunto dos transgêneros.

No seu currículo, carrega o posto de primeira transexual na capa da Vogue Paris, em 2017, e a posar para a Sports Illustrated, em 2020. Além de ser a primeira a fotografar para a  Victoria’s Secret, em 2019, hoje integra o chamado VS Collective da grife de lingerie, valorizando a diversidade, após o anúncio do fim das angels.

A top falou com exclusividade ao “Elas no Tapete Vermelho” sobre as mudanças da VS. “Acho que há algo muito poderoso em uma empresa de lingerie que vai além da construção tradicional de fazer um produto e, em vez disso, se torna uma força catalisadora de mudanças positivas da qual todas as mulheres podem se beneficiar”, afirmou Valentina, ao completar: “Ao reconhecer e abraçar sua própria necessidade de mudança positiva, a VS se transformou em mais do que apenas uma marca. Tornou-se uma plataforma global de evolução”, afirmou.

No ano passado, participou do evento virtual Pride Live 2020, para arrecadar fundos à comunidade LGBTQI+, no qual marcaram presença também  nomes de peso como o do ex-presidente Barack Obama, Ellen DeGeneres, Taylor Swift, Demi Lovato, Katy Perry, Donatella Versace, entre outros.

“O caminho não foi fácil, o preconceito continua nos matando, por isso cada passo é uma grande vitória para todas nós. O Brasil é um país maravilhoso, mas ainda concentra o maior número de crimes violentos e assassinatos contra a comunidade trans em todo o mundo. Ser trans geralmente significa enfrentar portas fechadas para os corações e mentes das pessoas”, afirmou em outra ocasião.