
A doença de Parkinson acomete 1% das pessoas com mais de 65 anos e, mesmo assim, permanece obscura para boa parte da população, carecendo de informações mais detalhadas sobre o tema. Com o intuito de reverter esse quadro, a classe médica aproveita o Dia Nacional do Parkinsoniano, lembrado em 04 de abril, para diferenciar o Mal de Parkinson de outras doenças afins, além de destacar os sintomas, os diagnósticos e os tratamentos possíveis.
De acordo com Clóvis Cechinel, geriatra do Laboratório Frischmann Aisengart, o parkinsonismo abrange uma série de doenças e é marcada por quatro sinais principais: tremores, acinesia ou bradicinesia (lentidão e diminuição dos movimentos voluntários), rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações) e instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas frequentes). Entre as doenças descritas por esses sinais, observáveis clinicamente, está a doença de Parkinson, que figura como o diagnóstico mais frequente.
Outras alterações que podem estar associadas à doença são: diminuição do tamanho da letra, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, alterações do sono, depressão, dores, diminuição do piscar dos olhos, alteração do equilíbrio e marcha, dificuldade para começar ou continuar o movimento (como começar a caminhar ou se levantar de uma cadeira), presença de roçamento dos dedos indicador e polegar (como o movimento de contar dinheiro), voz para dentro, mais baixa e monótona. Pode piorar com o cansaço, excitação ou estresse. “No entanto, quando os pacientes apresentam sintomas adicionais além desse quadro clássico, devemos pensar em outros diagnósticos diferenciais”, afirma Cechinel.
O geriatra explica que a doença pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social. Os sintomas variam de um paciente para o outro e costumam se apresentar de forma lenta e insidiosa. “Por isso, o paciente tem dificuldade de precisar a época em que apareceram os sintomas pela primeira vez”, pondera. A doença de Parkinson, de acordo com o especialista, tende a afetar pessoas mais idosas, mas pode também acometer os mais jovens, embora os casos sejam mais raros.
Cechinel revela que uma causa importante de parkinsonismo secundário é o uso de certos medicamentos como, por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens, tonturas e doenças psiquiátricas, além de alguns remédios para hipertensão. “A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis ou não progressivos com a interrupção dos medicamentos que os causaram”, alerta.
O geriatra relata que não existe cura para a doença de Parkinson, mas existem estratégias farmacológicas (que utiliza medicações) e não farmacológicas, estas conduzidas por equipe multiprofissional (fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional) e, em casos especiais, até intervenções cirúrgicas.
Cechinel lembra que alterações no estilo de vida podem ser úteis e necessárias no decorrer da doença. Dentre elas, o médico destacada: fazer exercícios de acordo com os níveis flutuantes de energia e ao paciente; seguir períodos regulares de descanso, evitando privações de sono e evitar o estresse. “E, em casos avançados, é recomendável fazer adaptações no domicílio, como corrimãos, barras nos banheiros e retirada de tapetes, a fim de minimizar o risco de quedas”, finaliza.
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