Ministro tranquiliza consumidor sobre a qualidade do leite vendido no país

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que os consumidores brasileiros podem consumir leite “tranquilamente” e que as adulterações descobertas no produto fabricado no Rio Grande do Sul foram resultado de uma fiscalização eficiente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Todas as detecções de fraude são feitas pelo Ministério da Agricultura, que avisou ao Ministério Público [do Rio Grande do Sul]. A fiscalização é constante. Não houve nenhum relaxamento”, disse, em coletiva à imprensa. Apesar de o ministério atestar que não há falha no monitoramento, técnicos da pasta se reunirão com representantes da cadeia produtiva do leite com o objetivo de estudar alternativas para melhorar os mecanismos de controle. Um dos encontros será no dia 22, em Brasília.
O órgão também está recolhendo em torno de 100 amostras de leite de aproximadamente 90 laticínios sob inspeção federal em todo país, a fim de verificar possíveis adulterações em outras unidades da Federação.
De acordo com Judi Nóbrega, coordenadora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa, até 20 de maio todas as amostras estarão no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) gaúcho, que está centralizando as amostras. Nesta data, é possível também que alguns resultados sobre o leite dos demais estados já tenha sido divulgado.
Segundo Antônio Andrade, um dos pontos que o ministério discutirá com o setor privado prevê que o transporte de leite seja remunerado por quilometragem e não pela quantidade do produto. O ministro ressaltou que as investigações apontaram que as fraudes no Rio Grande do Sul não ocorreram nas fases de produção e industrialização, e sim na de transporte. Segundo ele, a princípio não está previsto editar uma norma determinando regras para o transporte de leite porque o Poder Público não deseja intervir nesse processo. “Essa é uma relação comercial entre indústria, transporte e produtor. Não cabe a nós determinar”. Andrade acredita, no entanto, que haverá interesse na busca por melhores práticas. “A indústria foi penalizada [pela descoberta das adulterações]”, disse.