Nova tecnologia de micro-ondas pode permitir ver através de paredes, dizem cientistas

Pesquisadores desenvolveram uma nova tecnologia de radar de micro-ondas que pode ser capaz de produzir imagens em tempo real de objetos que estão atrás de paredes ou viajando em velocidades hipersônicas. O sistema está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST).

O projeto de radar exclusivo usa micro-ondas, capazes de passar por objetos sólidos, como paredes ou pisos, e produzir dados precisos sobre o que está por trás deles.

“Obviamente, não consigo ver através dessas paredes, porque os comprimentos de onda aos quais o olho humano é sensível não penetram nesses objetos”, declarou o gerente de projetos do NIST e um dos pesquisadores por trás do projeto, Fabio da Silva. Porém, quando se vai para comprimentos mais longos, como o regime de micro-ondas, é possível “ver” através de paredes.

Qual a novidade?

A tecnologia tradicional de radar envolve o envio de ondas de rádio para uma determinada área por meio de um transmissor. Essas ondas ricocheteiam em tudo que está na área, sendo detectadas por um receptor. Com base nos dados coletados pelos “ecos” de radar, é possível determinar aspectos como o tamanho e o movimento dos objetos.

Já no sistema do NIST, o funcionamento se dá por meio de vários transmissores e um receptor muito mais poderoso e sensível. O novo sistema também depende de ondas que ricocheteiam em outros objetos à medida que voltam para o receptor, o que permite que ele informe com maior rapidez e precisão o que existe em um determinado local.

“Você usa a ideia de que a luz reflete em outros objetos, e esses objetos então iluminam outros objetos a partir de vários reflexos”, disse Fabio da Silva ao Futurism. Apesar de ainda estar em um estágio bastante embrionário, essa nova tecnologia de micro-ondas tem um potencial muito grande.

Onde usar

A capacidade de ver através de objetos sólidos e produzir imagens precisas do que está atrás delas, pode, por exemplo, ajudar bombeiros e socorristas no resgate de vítimas de eventos que gerem escombros, como terremotos, furacões, desabamentos e deslizamentos de terra. Além disso, seria possível monitorar detritos espaciais que possam atingir pessoas no solo.

Do ponto de vista militar, os pesquisadores acreditam que o sistema poderá rastrear objetos que se movem em velocidades hipersônicas, como aviões e mísseis. Porém, com o passar do tempo e o aprimoramento dessa tecnologia, questões sobre privacidade podem ser levantadas.