Outro vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti chega ao Brasil

Pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia identificaram o vírus Zika em vários pacientes de Ilhéus e de Itabuna, assim como na Região Metropolitana de Salvador. Mesmo sem a confirmação do Ministério da Saúde, também já foram registrados pacientes com sintomas da febre Zika na Paraíba, e há suspeitas de que o vírus também se encontre em Pernambuco. A febre Zika, originária da África, nunca havia sido registrada na América do Sul.
De acordo com Jaime Rocha, infectologista especializado em Medicina do Viajante do Laboratório Frischmann Aisengart, o vírus Zika é transmitido pelos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. “É uma doença parecida com a dengue, inclusive nos sinais e nos sintomas”, revela o médico. Inicialmente, os casos assemelham-se a uma gripe, apresentando dor de cabeça, dor nas articulações, conjuntivite, dor de garganta, febre leve, irritação da pele, náuseas e dor muscular, com cura espontânea em 5 dias.
Rocha afirma que a melhor forma de se prevenir contra a febre Zika é combatendo os mosquitos Aedes, por meio de inseticidas, uso de repelentes, telas nas janelas e campanhas de prevenção.
O vírus Zika foi identificado pela primeira vez em 1947 em macacos Rhesus, em Uganda. É um arbovírus (vírus essencialmente transmitido por artrópodes, como os mosquitos) que tem o nome relacionado a uma floresta do local. Os primeiros casos em humanos ocorreram na Nigéria, em 1954. Em 2007 foram registrados casos de infecção em 75% da população das Ilhas Yap, na Micronésia. “É importante observar que os arbovírus têm uma taxa de mutação 300 vezes mais elevadas do que os outros tipos de vírus, podendo se desenvolver rapidamente”, alerta Rocha.
Em 2008, reapareceu entre pesquisadores no Senegal, sem sintomas graves. O vírus Zika voltou a ser observado na França em 2013, com 55 mil casos num período de 3 meses, sendo a primeira vez que o vírus foi registrado na Europa. Na França observaram-se casos clínicos mais graves associados à Síndrome de Guillain-Barré (quadro neurológico/ paralisia), além de outras complicações neurológicas como a encefalite, meningoencefalite, parestesia e paralisia facial.
No Brasil o vírus Zika foi registrado em pessoas de 19 municípios da Bahia desde fevereiro 2015, assim como em outros Estados do Nordeste. Existem registros desse vírus no país desde outubro de 2014, quando o Zika foi identificado em amostras de sangue de pacientes residentes em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

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