Paraguai cresce mesmo fora do Mercosul, mas continua com problemas de volatilidade

A economia paraguaia crescera entre 11% e 13% este ano, apesar de o país ter sido suspenso do Mercado Comum do Sul (Mercosul) há dez meses. Trata-se de um recorde, num país cujo Produto Interno Bruto (PIB) vem aumentando em média 4% ao ano, nos últimos nove anos, comparável apenas ao crescimento de 13% registrado em 2010.
Os altos índices de crescimento, registrados em 2010 e este ano, refletem a recuperação do setor agrícola depois de duas secas. Segundo Masi, o desafio do novo governo, que será eleito no próximo dia 21 de abril, será diversificar a economia e garantir um crescimento de 6% ao ano, sem tantos altos e baixos.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul após o impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo, em junho passado. Brasil, Argentina e Uruguai questionaram a forma e a legitimidade do processo político: a destituição de Lugo foi decidida em 48h e ele teve apenas 2h para se defender diante de um Congresso dominado pela oposição. Sem voz nem voto, os legisladores paraguaios não puderam se opôr à inclusão da Venezuela no bloco, como vinham fazendo até então.
A suspensão do Paraguai não afetou seu comércio com o Brasil. “Em 2012, as exportações cresceram 38% em relação ao ano anterior e o mercado brasileiro se abriu para novos produtos, como autopeças”, disse Masi. O país também continua recebendo investimentos estrangeiros no setor agrícola (Estados Unidos e Brasil investiram na produção de soja) e no desenvolvimento de uma nova atividade: a mineração de ouro, urânio e titânio.