Paraná vai desenvolver programa para melhorar produção de leite

A Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento quer melhorar o desempenho da produção de leite no Paraná e consolidar o Estado entre o primeiro e o segundo colocado no ranking nacional de produção de leite. O Paraná já caminha para ser o segundo maior produtor de leite do País, com uma produção de 3,81 bilhões de litros por ano, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2011.
Para intensificar as ações para aumentar a produtividade, qualidade e a sanidade do leite, desde o produtor até à indústria, o secretário Norberto Ortigara reuniu-se com lideranças de produtores, representantes de cooperativas, indústrias e demais instituições públicas e privadas para discutir o assunto e impulsionar as ações necessárias. Foi formado um grupo de trabalho que vai atuar em quatro diretrizes: assistência técnica, valorização da qualidade do leite, defesa agropecuária e industrialização de produtos lácteos.
“Queremos trabalhar toda a cadeia produtiva para que a produção de leite entre como alternativa de diversificação na propriedade e que permita ao produtor uma posição comercial consolidada”, disse o secretário.
Segundo ele, o programa começou a ser dimensionado para todo o Estado, diante da importância que a produção de leite vem conquistando no Paraná. O setor movimenta R$ 3,2 bilhões anuais em Valor Bruto da Produção (VBP).
A meta é fortalecer esse segmento no Estado e contribuir com o esforço de tirar o Brasil da condição de importador de leite a exportador de leite em potencial, mas com um produto de qualidade conforme a exigência do mercado externo. “Temos uma clara visão de que a produção de lácteos com qualidade e sanidade proporcionam mais renda aos produtores e indústrias”, disse o secretário.
Ortigara destacou que entre as ações que precisam ser deflagradas em conjunto estão a assistência técnica, acesso ao crédito, combate a zoonoses como brucelose e tuberculose, combate à venda de leite fora dos padrões admitidos pela Instrução Normativa (IN-62) do Ministério da Agricultura, incrementar as linhas de financiamento para reposição de animais, melhoria genética do rebanho.
O grupo de trabalho formado por representantes da Seab, Emater, Senar e cooperativas se responsabilizaram por apresentar diretrizes na área de assistência técnica; os representantes da Fiep (indústria), Faep (agricultores) e Fetaep (trabalhadores rurais) vão apresentar iniciativas para ações de valorização da qualidade do leite; a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), o Instituto Agronômico do Paraná e o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária e também setores da indústria vão identificar ações para ampliar a defesa agropecuária. Por fim, representantes da Fiep e Senai, Sebrae e Sindileite vão apresentar propostas para fortalecer as indústrias e o setor empresarial com um todo.

PRODUÇÃO DIFERENCIADA
Segundo levantamento da Secretaria da Agricultura, existem sistemas de produção diferenciados no Paraná, com propriedades tecnificadas com uso de tecnologias e resultados produtivos comparáveis às bacias leiteiras mais desenvolvidas do mundo como na região de Castro, Arapoti, Toledo. Porém, há outras regiões onde há milhares de propriedades com baixíssima produção e produtividade, aponta o documento apresentado pelo secretário Ortigara.
Existem regiões como o Sudoeste, a que mais cresceu nos últimos anos, que hoje produz mais de um quarto da produção leiteira do Estado, com uma produção de um bilhão de litros anuais, cujos produtores dependem de assistência técnica e apoio para melhorar a produtividade e a qualidade.
O representante da indústria, Marco Antonio Galassini, do Sindicato da Indústria do Leite do Paraná (Sindileite), reconheceu a importância da indústria também investir para reforçar a assistência técnica aos produtores. “Hoje a indústria está enxergando essa necessidade para ajudar o produtor a melhorar a qualidade de sua produção”, afirmou.