Pesquisa: 30% não procuram ajuda mesmo sentido problemas

Cerca de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva. Estima-se que este número alcançará 1,1 bilhão até o final de 2015 – aproximadamente 16% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde. No entanto, mesmo com grande incidência, o problema é desconhecido por grande parte da população, que ignora causas, sintomas e até mesmo maneiras de prevenção. É o que revela pesquisa encomendada pela MED-EL, empresa austríaca líder mundial no mercado de soluções auditivas, realizada em cinco capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo).
A pesquisa mostrou que a população de Curitiba, em geral, não tem conhecimento sobre como prevenir a perda auditiva, apenas 28% afirmou saber o que fazer para evitar o problema. O estudo apontou que vários aspectos referentes a perda de audição são pouco identificados ou reconhecidos, principalmente por falta de conhecimento e informação.
Mais da metade do entrevistados não busca conhecimento sobre a saúde auditiva (55%). No cenário nacional, esse índice é de 57% e, dos que têm interesse nesse tipo de informação, 36% se “auto” informa na internet, via ferramentas como o Google. A informação sobre saúde auditiva acessível na internet, muitas vezes, é incompleta ou até mesmo incorreta. “Muitos conteúdos médicos disponibilizados na web são vazios e inconsistentes. A recomendação é sempre buscar um profissional qualificado, seja para prevenção ou quando houver alguma anormalidade”, aponta Marilia Botelho, fonoaudióloga especialista em Audiologia e gerente de produtos da Medel no Brasil.
Apesar da falta de conhecimento sobre a prevenção da doença, os curitibanos (83%) acreditam que há tratamento para a perda de audição e 46% deles têm conhecimento sobre as tecnologias disponíveis. A maioria dos entrevistados também desconhece que, para cada tipo de perda auditiva, existe um tratamento específico. Dentre as opções disponíveis no mercado, estão desde os aparelhos auditivos, que amplificam os sons e otimizam a qualidade das informações; os implantes cocleares, dispositivos também chamados de “ouvido biônico” que estimulam as fibras neurais da cóclea permitindo ouvir os sons; até os implantes de ouvido médio, o qual transformam o som em vibrações mecânicas que estimulam diretamente as estruturas do ouvido médio.
Mesmo entre aqueles que afirmam conhecer os caminhos para a prevenção, notou-se que ainda existe um grau elevado de desinformação – 76% acreditam que prevenir é apenas uma questão de evitar a exposição ao barulho. Apenas 18% consideram os exames auditivos como medida preventiva fundamental.
O estudo traz outro dado preocupante, 18% dos participantes apontam que só buscariam o especialista se sentissem dor de ouvido. Já 78% afirmaram procurar um médico somente quando apresenta alguma dificuldade em ouvir ou entender as pessoas, sinal de que já existe algum nível de perda auditiva.
“Se ouvir vozes masculinas com dificuldade e tem a sensação de que essas vozes parecem femininas, se em uma conversa parece que todos estão murmurando ou sente incômodo por barulhos altos, são alguns dos sinais de que uma pessoa tem uma perda auditiva”, explica a fonoaudióloga especialista em Audiologia.