A alteração da perspectiva de avaliação de risco da Petrobras de estável para negativa, anunciada pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poors, refletindo ação similar no rating (avaliação sobre as condições de um país ou uma empresa saldar seus compromissos) soberano do Brasil, não mudará o plano de negócio da empresa.
Em entrevista à imprensa, após palestra feita a empresários do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro (Ibef-RJ), Graça disse crer que uma empresa, “que tem o que a Petrobras tem na mão, uma partilha que vai acontecer agora, a volta das rodadas [de licitação], a gente tem muita confiança que, aconteça o que acontecer, a gente vai manter o grau de investimento”.
A Petrobras pretende participar dos leilões de gás e de partilha do pré-sal que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deverá fazer no próximo mês de outubro.
Graça admitiu que o nível atual do câmbio não é bom para a Petrobras, porque 78% das dívidas da empresa são em dólar. Acrescentou que a maior parte dos custos de exploração e produção e de gás e energia é também em moeda norte-americana.
No plano de negócios e gestão da empresa, Graça disse ter sido feita uma projeção de câmbio, cuja variação considerou, no curto prazo, uma cotação em torno de R$ 1,85. Ao sair hoje da estatal para o evento, disse que a cotação estava em R$ 2,13. “Então, pontualmente, isso preocupa a Petrobras”. Ela admitiu, por outro lado, que nem tudo que preocupa a empresa é ruim para outras áreas importantes da economia.