Quem usa plano de saúde tem mais um direito assegurado. Desde o início do ano está em vigor o novo Rol de Procedimentos obrigatórios para beneficiários de planos de saúde, editado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A mudança inclui 50 novos exames e cirurgias, 37 medicamentos orais para tratamento domiciliar de câncer e coberturas específicas para 29 doenças genéticas.
Alguns exames já eram realizados e tiveram um aumento nas indicações, como é o caso da Angiotomografia Cornonária. “Atualmente são cinco indicações, antes eram três. As mudanças aconteceram por causa da incorporação de um enorme volume de informações baseadas em pesquisas clínicas feitas no mundo inteiro, que evidenciaram o benefício de se realizar o exame em grupos diferentes de pacientes”, explica o cardiologista Rodrigo Cerci, coordenador do Serviço de Tomografia Cardíaca e diretor científico da Quanta Diagnóstico e Terapia.
As mudanças beneficiam os pacientes e os médicos, que podem fazer um diagnóstico mais rápido e preciso. “Muitos pacientes deixavam de fazer o exame por causa do custo, e muitos médicos deixavam de pedir porque sabiam que o paciente não teria como pagar”, observa o cardiologista. Com a angiotomografia coronária é possível, muitas vezes, fazer uma detecção precoce da doença aterosclerótica coronária (DAC – acúmulo de placas de gordura nas artérias) e instituir o tratamento em uma fase inicial da doença, em que os outros métodos diagnósticos são incapazes de detectá-la.
“Esse benefício é maior ainda no atendimento de emergência, em que a avaliação de alguns pacientes de menor risco acaba sendo mais rápida e segura com o uso da angiotomografia”, afirma Rodrigo Cerci.
Antes do novo Rol, os planos de saúde não cobriam o exame em atendimentos de emergência dos hospitais e na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca. “A angiotomografia caronária tinha a cobertura dos planos somente em alguns casos de avaliação para descartar a doença aterosclerótica coronária (DAC), esclarecer dúvidas sobre resultados conflitantes de outros exames ou pesquisar coronárias anômalas, que são casos de má-formação nas artérias. Nestes casos, também houve algumas mudanças que ampliaram a indicação do exame”, revela o cardiologista.
Novo Rol melhora o diagnóstico do câncer
Os exames de diagnóstico por PET-CT também tiveram alterações no novo Rol de procedimentos da ANS. O exame é indicado principalmente para detectar alterações do câncer avaliando a extensão da doença para uma melhor definição do tratamento. Até a nova liberação da Agência Nacional de Saúde (ANS), os pacientes podiam fazer o exame pago pelo plano de saúde somente nos casos de câncer de pulmão, câncer de intestino e linfoma. “O novo rol ampliou a cobertura do exame para casos de avaliação de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama, câncer de cabeça e pescoço, câncer de esôfago, localização de tumor primário oculto e melanoma”, esclarece o médico nuclear Juliano Cerci, diretor do Serviço de PET/CT da Quanta Diagnóstico e Terapia.
O médico nuclear conta que, antes da ampliação da cobertura pelos planos de saúde, definida pela ANS, muitos pacientes tinham a indicação para o exame, tinham que pagar pelo procedimento. “Com o novo rol, acontece uma importante ampliação de cobertura para os pacientes e médicos. As informações fornecidas pelo exame de PET-CT são relevantes em diversos momentos da doença oncológica, desde o diagnóstico, para definir a extensão do tumor, e até mesmo na suspeita da doença ter voltado. Também tem impacto fundamental na definição do tratamento e como o organismo do paciente responde a ele”, afirma Juliano Cerci.