O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que vai ligar para a família do cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade, para prestar solidariedade pela morte dele depois de ser atingido por um foguete nas últimas manifestações no Rio de Janeiro. Segundo Renan Calheiros, os responsáveis pela morte de Santiago devem ser punidos “exemplarmente” e que o Congresso Nacional vai trabalhar para aumentar a pena para crimes contra jornalistas no exercício da profissão.
“Nós vamos telefonar para a família e o Congresso Nacional vai fazer a sua parte no sentido de agravar qualquer punição que possa ser dada para que essas coisas não voltem a existir. Para que se puna exemplarmente é preciso esclarecer e agravar o crime. Quando você pune levemente você passa a impressão para a sociedade de que o crime compensa, e o crime não pode compensar”, disse Renan após prestar solidariedade também aos profissionais de imprensa.
Renan recebeu uma nota de repúdio contra os atos de violência praticados contra jornalistas, radialistas e demais comunicadores sociais emitida pelo Conselho de Comunicação Social do Senado Federal (CCSS). A nota foi entregue pelo presidente do conselho, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e pede medidas urgentes dos governos federal e estaduais para garantir a integridade física dos profissionais de imprensa nesse tipo de cobertura.
“A morte de mais um jornalista no Brasil e as frequentes agressões a profissionais da comunicação no exercício de seu trabalho revelam a gravidade da situação e exigem ações imediatas. A sociedade brasileira precisa dar um basta a esta violência que, em última instância, prejudica a democracia”, diz a nota.
O texto lembra que, somente durante o movimento de junho de 2013, mais de cem agressões foram registradas e que mais três já aconteceram em 2014 na cobertura de manifestações – uma delas resultante na morte de Santiago.
“As agressões revelam nitidamente comportamentos autoritários de pessoas ou grupos de pessoas que não conseguem conviver com o estado de direito e, principalmente, com a comunicação pública. Ou ainda a ação equivocada do Estado, por meio de suas policias, que em vez de proteger os jornalistas e outros comunicadores, tentam impedir seu trabalho”, diz a nota.
O conselho também quer promover uma audiência pública com entidades relacionadas à imprensa, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para discutir formas de proteção aos profissionais de imprensa. A audiência será marcada para o dia 17 de março, na próxima reunião do conselho.