O risco de viver em condições de pobreza em Portugal é 17,9%, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE). O dado oficial (ainda provisório) é relativo a 2011 e foi apurado no ano passado pelo Inquérito às Condições de Vida e Rendimento.
Conforme a pesquisa, o indicador permanece estável (em torno dos 18%) desde 2008, epicentro da crise financeira internacional que levou Portugal à recessão (há dez trimestres consecutivos) e recorde de desemprego.
Apesar da estabilidade do risco de pobreza, o INE verificou piora das condições socioeconômicas e diferença do fenômeno, conforme o estrato social. O rendimento monetário líquido por adulto caiu de 421 euros mensais para 416 euros mensais.
A desigualdade socioeconômica parece crescente entre os portugueses. O coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) em termos percentuais foi 34,5% em 2011; acima dos 34,2% em 2010 e dos 33,7% medidos em 2009. Quanto mais próximo de 100%, mais desigual. Os indicadores de pobreza em Portugal são divulgados em meio à crise política que poderá levar à troca de governo. Conforme agenda da Agência Lusa, para esta semana ainda são esperados os indicadores de conjuntura econômica de junho (INE) e o Boletim Econômico do Verão (Banco de Portugal).