Surtos de caxumba deixam o Paraná em alerta. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, quatro surtos da doença foram registrados em diferentes regiões do estado desde o início deste ano. Eles ocorreram em Guarapuava, Francisco Beltrão, Umuarama e Ivaiporã. Em Curitiba, mais de 1,5 mil casos de caxumba foram registrados em 2017. Em 2014 foram 563 casos na capital, e em 2015 outros 675. No ano passado foram mais de 2 mil registros.
O médico infectologista Jaime Rocha, da Unimed Laboratório, garante que a melhor maneira de se prevenir contra a doença é a vacinação. Existem duas vacinas, a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, e a tetra viral, que inclui a proteção contra a varicela. Ambas estão disponíveis o ano todo na rede pública de saúde e na rede particular, e fazem parte do calendário de vacinação infantil.
No calendário nacional de vacinação, a primeira dose da vacina tríplice viral deve ser administrada a todas as crianças de 12 meses de idade, e uma segunda dose às crianças com 15 meses. Essa segunda dose pode ser feita com a tetra viral. Pessoas acima de 29 anos, que não foram vacinadas, tomam apenas uma dose da tríplice viral.
A caxumba é altamente contagiosa e pode ser transmitida pelas gotículas de saliva e pela secreção respiratória. Entre os sintomas estão febre e o inchaço das glândulas presentes no pescoço. São raras, mas podem ocorrer complicações como inflamações de outras glândulas do corpo, como testículos e ovários, e a doença pode ainda evoluir para uma meningite. Não existe um remédio específico para o tratamento, somente o repouso e o isolamento. O período de incubação é de duas ou três semanas.
“A pessoa com caxumba não deve comparecer à escola ou ao trabalho durante nove dias após início da doença. É preciso, ainda, desinfectar os objetos contaminados como secreções do nariz, da boca e da garganta do enfermo. A vacinação de bloqueio é recomendada para quem manteve contato direto com pessoas doentes, se utilizada até 72 horas após esse contato”, orienta o infectologista da Unimed Laboratório.
A vacina contém vírus vivo-atenuado e, portanto, deve ser usada com indicação médica. Além disso, é preciso respeitar as contraindicações: reação grave à vacina em outras situações, alergia à vacina, gestantes e pessoas com imunossupressão (por exemplo, AIDS ou uso de corticoide).
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente é clínico e a confirmação feita por exame laboratorial. A Unimed Laboratório realiza a sorologia (IgG e IgM). Para a realização desses exames não é necessário fazer jejum.
As dicas do médico Jaime Rocha para prevenir a disseminação da caxumba são:
– Restringir o contato respiratório com pessoas contaminadas;
– Lavar as mãos ou usar álcool gel diariamente;
– Tomar a vacina tríplice viral ou a tetra viral. Ela está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede particular;
– Proteger-se de espirros e cuidar do contato manual. Isso porque a transmissão ocorre por meio de gotículas da respiração, contato direto ou com as roupas da pessoa contaminada;
– Mulheres que nunca tiveram caxumba e nem tomaram a vacina devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto;
– Avisar o médico ou hospital onde fará a consulta sobre a suspeita;
– Lembrar que a limitação de contato deve ser mantida até o diagnóstico ser estabelecido;
– Não se automedicar antes de consultar um médico;
– Manter o doente em repouso até que tenham desaparecido os sintomas.