Sinepe/PR sugere mudanças no Ensino Médio e envia documento ao MEC

Pesquisas indicam que apenas 47,7% dos jovens de 15 a 17 anos mantêm adequada a relação idade/série e mais de um milhão desses alunos abandonam a escola em cada período letivo. Para tentar reverter esses números, entidades como o Conae e a Fenep vêm realizando debates sobre as diretrizes nacionais do Ensino Médio e o que pode ser modificado a fim de preparar melhor os jovens para o mercado de trabalho e a universidade.
O Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares), juntamente com uma equipe de coordenadores e professores do Colégio Bom Jesus, elaborou um documento com sugestões para tornar o Ensino Médio diferenciado, na perspectiva da interdisciplinaridade e da contextualização. Esse documento foi enviado ao MEC (Ministério da Educação) e à Presidenta Dilma Rousseff em junho, por meio da Fenep.
“A interdisciplinaridade, compreendida como uma abordagem metodológica que integra os conteúdos escolares e viabiliza o diálogo entre os profissionais das diferentes disciplinas, é fundamental no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, pois uma visão compartilhada dos problemas facilita a compreensão dos fenômenos em estudo, sem prejuízo da especialização”, explica Giselli Padilha Hümmelgen, gestora pedagógica do Grupo Bom Jesus.
Para o presidente do Sinepe/PR, professor Jacir J. Venturi, “o atual Ensino Médio representa uma das maiores mazelas no espectro da educação brasileira. Pretendemos que o documento seja analisado pelos técnicos do Congresso Nacional e do MEC, por entendermos que é um projeto consistente e de grande envergadura, que propõe acertadas modificações no atual Ensino Médio e que tem como base muita experiência em sala de aula. Trata-se de um trabalho profundo e que muito pode ser aproveitado. As disciplinas escolares apresentam-se, muitas vezes, divididas em partes, fazendo com que o aluno não consiga perceber a interação entre os diversos conteúdos trabalhados em cada disciplina, nem a inter-relação entre os conteúdos da própria disciplina, tornando a aquisição do conhecimento uma experiência escolar fragmentada”.