O inverno começou neste dia 21 de junho. É nesta época do ano que o Brasil registra um aumento na incidência de alergias e de gripe, além da agudização de doenças crônicas como asma e bronquite por processos infecciosos. Durante esta temporada, clínicas e hospitais recebem um alto número de pacientes, principalmente crianças, com problemas respiratórios. Para prevenir os sintomas é preciso que a população esteja atenta a alguns cuidados essenciais.
Segundo especialistas, o movimento nos consultórios médicos aumenta cerca de 40% nestes meses e os principais fatores para o desencadeamento de doenças respiratórias estão atrelados às baixas temperaturas. Clovis Cechinel, clínico geral do Laboratório Frischmann Aisengart, alerta que devemos tomar cuidado com o próprio frio – um irritante natural das vias aéreas, com a redução da umidade relativa do ar e com as inversões térmicas – responsável pelo maior acúmulo de poluentes na atmosfera.
Crianças, adultos e idosos com transtornos crônicos devem se proteger evitando locais fechados e poucos arejados com grande concentração de pessoas e a utilização de casacos de lã e de cobertores que ficaram guardados no armário por longos períodos. “Nossa saúde pode ser influenciada pelas mudanças de temperaturas. Portanto, alguns cuidados, como a vacina contra gripe, são essenciais para evitar o agravamento de doenças crônicas”, comenta Cechinel.
Em boa parte dos casos, o principal sintoma é a crise alérgica, provocada pela reação do organismo quando as pessoas sensíveis a determinadas situações entram em contato com agentes desencadeantes chamados alérgenos. “Portanto, alguns cuidados são essenciais para evitar o desencadeamento de doenças alérgicas”, comenta Cechinel.
A asma é caracterizada pela presença de inflamação, hiperresponsividade e obstrução reversível das vias aéreas, tendo como manifestações clínicas principais tosse seca, falta de ar, chiado no peito, dor ou aperto no peito. A rinossinusite alérgica, mais conhecida como rinite, é ocasionada pela exposição aos alérgenos caracterizada por espirros em salva, tosse, olhos lacrimejando, coriza, prurido nasal e congestão nasal. Tanto a asma quanto a rinite são doenças com determinação genética e influenciadas por fatores ambientais.
A bronquite consiste, em termo mais genérico, inflamação dos brônquios, podendo ser ocasionada por infecções, agentes irritantes e alergia. No nosso país, a população frequentemente chama de bronquite o que, na verdade, é asma. Da mesma forma a sinusite é a inflamação dos seios da face, apresentando diversos agentes infecciosos desencadeantes.
Para a maioria das alergias o tratamento deve ser focado no bom controle ambiental e na terapia farmacológica a ser indicada pelo médico de acordo com o quadro clínico do paciente. Existe uma relação de descongestionantes nasais que são vendidos sem receita e as pessoas abusam do uso. Cechinel lembra que “estes podem ter afeitos adversos se utilizados sem indicação médica, pois tendem a induzir a um quadro de rinite medicamentoso e agravar outras afecções”.
O médico também reforça que, apesar de serem doenças sem cura aparente, elas podem ser controladas, permitindo uma grande melhora da qualidade de vida de seus portadores.