“As marcas mais relevantes no futuro serão aquelas capazes de fazer parte da vida das pessoas”. A afirmação de Fred Gelli, sócio-diretor da Tátil Design, agência responsável pela elaboração da marca das Olímpiadas e da Paralimpíadas do Rio, em 2016, suscitou o debate entre os cerca de 30 empresários que participaram do diálogo sobre inovação, sustentabilidade e tendências globais de consumo e varejo de moda, na unidade da Fiep no Jardim Botânico, em Curitiba.
Segundo Gelli, a tendência é que os consumidores de hoje tornem-se desfrutadores, ou seja, passem a adquirir a experiência que o produto pode lhe proporcionar, em vez de o produto em si. “O consumo e a produção estão atingindo um patamar insustentável. A tendência é que esse quadro se modifique, e nesta mudança, só as marcas capazes de agregar valores realmente relevantes aos seus produtos permanecerão”, explica Gelli. “Para isso, inovação é fundamental, em qualquer setor. Deve ser um processo contínuo e integrado. Na moda, não pode ser diferente”, conta.
Segundo o diretor executivo do Texbrasil, Rafael Cervone, o mercado de moda brasileiro está passando por uma fase de “reindustrialização”, ao perceber que é possível agregar valor ao produto industrial. “Hoje há a consciência do papel de cada fase da cadeia industrial. Aqui no Brasil temos a vantagem de poder atender todas essas fases: temos matéria prima, mão de obra qualificada, design. Ao agregar todos esses fatores, principalmente o design, geramos um produto único, de qualidade, com o qual nenhuma indústria chinesa consegue competir”, explica.