Poucos atletas percebem, mas o jeito que se pisa no chão ao correr, pode afetar o rendimento no exercício, além de ter influência direta nas lesões. O principal é saber reconhecer todos os tipos de pisadas e quais são suas consequências ao correr maratonas. Existem dois tipos de pisada que devem ser corrigidas: para fora e para dentro, que são chamadas de pisadas supinadas e pronadas, respectivamente.
Pisada pronada
É a excessiva pisada para dentro. Assim que o pé toca o chão, ele apoia-se no seu lado mais interno, usando o dedão para ganhar mais impulso:
Deve-se tomar cuidado, pois o corredor acaba distribuindo o seu peso para dentro. A energia da pisada vai forçar as estruturas internas da perna, podendo causar canelite (dor causada por uso excessivo ao longo da tíbia, o osso frontal grande na parte inferior da perna), além de forçar o joelho na parte interna.
Pisada supinada
A mesma coisa vai acontecer se o maratonista costuma pisar mais para fora. A corrida pode causar dores nos tendões na lateral e nas pernas.
– O certo é pisar bem no meio, mais conhecido como pisada neutra. O pé se move seguindo uma linha reta até a elevação do dedão. A ideia é sempre fazer o alinhamento por causa do fortalecimento e a parte preventiva da corrida.
Doenças relacionadas à pisada tanto para fora, quanto para dentro: Tendinite, Canelite, Fasceíte e Esporão.
Sinais de que o atleta está pisando errado
A maioria das pessoas pisa mais para dentro. Os que pisam mais para fora geralmente costumam ter torções regulares no pé. Um bom sinal para descobrir se o atleta está pisando errado é descobrir se um lado do tênis de corrida está mais desgastado do que o outro. Porém, a melhor forma de investigar se o tipo de pisada não é a certa, é procurando um ortopedista que vai orientar e dizer o melhor tratamento para corrigir a pisada. Além disso, existem muitos fatores a considerar na causa das lesões, como o sexo, a capacidade de aguentar a dor, entre outros fatores.
Existem muitos atletas que têm um limiar de dor muito baixa (menor pressão capaz de gerar desconforto), então existem maratonistas que, com certeza estão com dor, mas não sentem, pode ser até por causa da endorfina, o hormônio do prazer de estar praticando esporte. A mulher pode ter o que chamamos de tríade da mulher atleta, uma síndrome que ocorre em adolescentes e mulheres fisicamente ativas. Seus componentes inter-relacionados são distúrbios alimentares, amenorréia e osteoporose (hormônio, nutrições e ossos). Por isso, as mulheres têm mais propensão a fraturas, apesar do tipo de pisada não ter relação com isso.
Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br