Endometriose é assunto sério. Sentir dores fortes durante o período menstrual não deve ser encarado como um acontecimento normal. A doença, geralmente, tem início após a menarca e se manifesta de maneira dolorida entre os 20 e 35 anos. O primeiro sintoma a ser avaliado pelo médico é, justamente, como o corpo da mulher se comporta durante a menstruação. Dores na pélvis (dismenorreia), no ato sexual, no momento da evacuação e na hora de urinar, podem ser indicadores da doença. E é partir dessa suspeita que são feitos exames complementares como ultrassom transvaginal e ultrassom de mapeamento. Além dos citados, podem ser solicitados exames de sangue. Segundo o Dr. Dilermando Pereira de Almeida Filho, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Cruz, a descoberta tardia pode ser muito dolorosa. “Além da dor incapacitante, em alguns casos, uma das principais preocupações é infertilidade”, explica Dr. Dilermando. O médico esclarece que 5% a 15% das mulheres podem ter endometriose e 40% delas podem adquirir diferentes graus de infertilidade. Em contraponto, nem todas as mulheres que têm endometriose serão inférteis. “Cada caso é um caso”, avalia.
Apesar de referências confirmarem que a endometriose não tem cura definitiva, é possível amenizar os sintomas e a evolução da doença com tratamentos e cirurgias. Segundo o Dr. Dilermando, o tratamento é feito de acordo com grau de dores da paciente, que pode ser moderada ou severa. A atividade física também pode ser uma solução por conta da endorfina, que oferece uma sensação de bem-estar. Mas o médico do Hospital Santa Cruz avisa: “Muitas vezes o tratamento clínico só é iniciado após o diagnóstico definitivo da endometriose, que pode ser confirmado apenas após a videolaparoscopia e estudo anatomopatológico das biópsias realizadas”. Analgésicos, anti-inflamatórios, anticoncepcionais podem ser receitados às pacientes com dores moderadas. Já a cirurgia é recomendada para eliminar as lesões mais profundas dos: ovários, trompas, ligamentos uterinos, bexiga e intestino. Além disso, o procedimento pode ser indicado em situações em que a doença venha a prejudicar a fertilidade da mulher.