O Brasil registrou 745,9 mil casos de dengue entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano. No Paraná, foram confirmados 40.203, uma incidência de 362,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. O Estado é o quarto mais afetado pela dengue – o Paraná vive a pior epidemia de dengue desde que os primeiros casos da doença foram registrados, em 1993.
As regiões de Guaíra, Umuarama, Paranavaí e Maringá apresentam alto risco para proliferação do mosquito transmissor da doença, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Para Rodrigo Berté, diretor da escola de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades da Uninter, os municípios não estão preparados para atender problemas emergenciais. “São necessários projetos de prevenção como destinação correta do lixo, cuidados com lugares que armazenam água e campanhas de sensibilização nas escolas”, comenta o especialista.
Segundo Berté, no mês de abril acontece o declínio da infestação do mosquito, mas ainda é um período de alta transmissão. Apesar de o número de insetos ser maior em épocas quentes, quando se reproduzem e se desenvolvem com mais rapidez e facilidade, durante o inverno os cuidados para evitar a doença não podem ser deixados de lado. “É preciso ter tanto cuidado quanto na época de chuva e no verão, o mosquito não some com o frio”, destaca o especialista.
Berté reforça que a responsabilidade não é somente das autoridades e a população também deve fazer sua parte. “As ações de rotina focadas na prevenção e controle do Aedes aegypti devem ser contínuas, de janeiro a janeiro”. Um dos grandes vilões do inverno são as piscinas que, devido às temperaturas mais baixas, são pouco utilizadas, tornando-se um grande criadouro do mosquito da dengue e uma ameaça também para quem mora ao lado.