As dez mortes por meningite bacteriana registradas no Rio Grande do Sul provocaram uma corrida nos laboratórios de vacinação privados de Curitiba. Foi o que aconteceu no Frischmann Aisengart, maior da capital paranaense. A média de procura pela vacina aumentou de 70 para 200 aplicações diárias, ou seja, quase o triplo. A vacina do tipo B, lançada recentemente no Brasil, chegou a faltar no início desta semana nos estoques, mas já está disponível novamente.
Jaime Rocha, infectologista do Laboratório, explica que a imunização da vacina contra a meningite do tipo B é feita em duas doses, com um intervalo de dois meses em cada aplicação, e é recomendada para crianças a partir de dois meses de idade. Cada dose sai por R$ 450 no Frischmann Aisengart. “Foram mais de 20 anos de pesquisas internacionais para se chegar a esta vacina”, explica Rocha.
Também há procura pela vacina chamada de Meningocócica quadrivalente ou ACWY conjugada, que protege contra quatro tipos de meningococos. Para esta vacina, de acordo com o infectologista, a imunização é feita com um reforço a cada cinco anos apenas para pessoas com idade menor que 16, e é recomendada para crianças a partir de um ano de idade. Cada dose sai por R$ 240 no Frischmann Aisengart.
Rocha lembra que, na rede pública, está disponível a vacina que protege contra o meningococo do tipo C. Crianças de três e cinco meses recebem esta vacina do governo, com reforço.
O aumento da procura pela vacina acontece porque neste ano o Rio Grande do Sul registrou 48 casos confirmados de meningite e dez mortes. Em todo o ano passado, foram 75 casos e 13 mortes. Segundo o infectologista do Frischmann Aisengart, a vacina é a prevenção mais eficaz. “Estas vacinas não têm contraindicações, começam a imunizar o paciente entre dez e 15 dias depois da aplicação, e podem causar uma leve dor local e febre”, descreve o médico.
Rocha lembra que a meningite é uma inflamação na membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por agentes como bactérias e vírus. Os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, vômito, náuseas, rigidez na nuca e manchas vermelhas na pele. A transmissão costuma acontecer pelo contato direto entre as pessoas, por meio de secreções respiratórias.
O médico sugere como medidas de prevenção a lavagem de mãos, ventilação dos recintos e evitar aglomerações. “Mas apenas uma consulta com um especialista poderá estabelecer com maior precisão todos os cuidados necessários para cada paciente”, finaliza.