Um componente tão pequeno como uma vela de ignição é de fundamental importância para o funcionamento do motor do carro. Pequenas falhas de funcionamento que podem elevar o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes, acarretando no aumento dos impactos ambientais. Estas falhas nem sempre são percebidas pelo motorista, porém geram grandes impactos.
Com a ajuda de Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK Brasil, multinacional japonesa especialista em sistemas de ignição, trazemos dicas para que você fique atento a possíveis problemas no motor do carro.
O especialista alerta que a falta de inspeção das velas pode causar problemas em outros componentes do motor. Ele recomenda a manutenção periódica e preventiva do automóvel como a melhor opção.
“Além de evitar custos desnecessários com o veículo e economizar combustível e tempo do usuário, o procedimento evita pequenas falhas de funcionamento que podem elevar o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes, acarretando no aumento dos impactos ambientais.”
Veja os 5 principais sinais que indicam mau funcionamento das velas de ignição:
- O tempo que o motor demora para pegar fica maior. Além do incômodo gerado pela perda de tempo ao sair com o veículo, o aumento no tempo de partida força os componentes como motor de arranque (peça que gira o motor na partida) e a bateria, reduzindo a vida útil desses componentes e aumentando o custo com a manutenção do veículo.
- Aumento considerável do consumo de combustível – parte do combustível que é injetado não é queimado no motor, sendo necessária a injeção de mais combustível para manter o mesmo rendimento.
- Marcha lenta irregular, devido às falhas de ignição.
- Falha no funcionamento do veículo, principalmente em condições de aceleração e retomadas de velocidade.
- Elevação dos níveis de emissões de poluentes ambientais.
Adicionalmente, o especialista relaciona seis principais consequências que a falta de inspeção das velas de ignição pode causar em outros componentes do veículo:
- Uso de combustível de má qualidade, que normalmente gera acúmulo de resíduos nas velas de ignição. Por meio da inspeção das velas é possível identificar esses resíduos.
- Infiltração de água na câmara de combustão, que ocasiona sinais de oxidação nas velas. Esse cenário pode causar problemas que afetam diretamente a eficiência do sistema de arrefecimento, podendo levar a falhas de superaquecimento do motor, que se agravam com o tempo.
- Encharcamento das velas de ignição, que é facilmente identificado pela coloração do isolador cerâmico (ponta de cerâmica) da vela caso você esteja utilizando como combustível a gasolina. Quando a preferência é pelo etanol, sua identificação é mais difícil.
- Resíduo ou encharcamento de óleo, que indica um problema de vazamento do óleo lubrificante para a câmara de combustão, gerando resíduos na câmara de combustão que podem levar a falhas graves no motor como pré ignição. Normalmente são provocadas por excesso de desgaste e folgas fora do especificado.
- Acúmulo de carbono nas velas de ignição, que aponta uma mistura muito rica de ar e combustível, levando ao consumo elevado de combustível ou de óleo lubrificante. Normalmente indicam um problema no sistema de injeção de combustível.
- Falhas de ignição, que podem provocar danos ao catalisador do veículo – peça com custo elevado para troca que trabalha em temperaturas muito elevadas. Quando o combustível não é queimado no motor, ele sai pelo coletor de escapamento e encontra a peça aquecida, acima de 400°C de temperatura, podendo queimar o combustível em seu interior, o que causa danos à peça.
“As velas de ignição são componentes de desgaste natural, o que significa que elas se desgastam com o uso do motor. As montadoras de veículos indicam em seus manuais o período de troca das velas de ignição. Caso o cliente não faça a manutenção recomendada, o desgaste das velas provoca o arredondamento dos eletrodos e aumento da folga, o que eleva a tensão para o centelhamento, podendo provocar danos em cabos de ignição e bobinas e, em alguns casos, danificar também o módulo de injeção (Centralina ou ECU)”, afirma o especialista.
Nesses casos, um mecânico experiente pode identificar facilmente tanto um eventual problema nas velas de ignição – apenas com uma inspeção visual do item – quanto a condição de queima na câmara de combustão. Por isso, a NGK recomenda que o motorista leve o seu veículo ao mecânico e peça para ele examinar as velas de ignição uma vez por ano ou a cada 10 mil km rodados.
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